Poucas horas depois de o Papa Francisco ter alertado o mundo para a violência terrorista em diversas aldeias no norte daquele país.
Cabo Delgado, Moçambique, 21 fev 2024 (Ecclesia) – O padre Kwiriwi Fonseca, um dos sacerdotes que “melhor conhece” a realidade em Moçambique dos grupos armados que afirmam pertencer ao “Estado Islâmico”, considera que “é preciso agir sem demora em socorro do povo inocente” de Cabo Delgado.
Poucas horas depois de o Papa Francisco ter alertado o mundo para a violência terrorista em diversas aldeias no norte de Moçambique, com casas e igrejas queimadas, o Padre Kwiriwi Fonseca, diz, em mensagem enviada para Lisboa, que é preciso agir sem demora em socorro “do povo inocente”.
Neste momento, garante o sacerdote à Fundação AIS, “o povo precisa de comida, precisa de cobertores, precisa de abrigo”.
As “últimas notícias” que tem recebido sobre os ataques terroristas em diversas aldeias, com casas e igrejas queimadas, só “aumentam a angústia” de quem vê “o seu povo a sofrer outra vez às mãos de grupos armados que reivindicam pertencer ao Daesh, o “Estado Islâmico”.
O ataque à missão católica de Nossa Senhora de África, em Mazeze, cuja igreja foi incendiada e que o Papa Francisco denunciou este domingo, 18 de Fevereiro, no Vaticano, logo após a oração do Angelus, levou o padre Fonseca a lançar um grito de socorro para que o mundo não esqueça o drama humanitário que se está a viver no seu país.
Numa curta mensagem enviada para a Fundação AIS em Lisboa, o sacerdote diz que “o povo está a sofrer” com esta “nova onda de violência” que apanhou “toda a gente de surpresa”.
“No ano passado, parecia que as coisas estavam a melhorar, mas fomos surpreendidos já este ano com uma nova onda séria, terrível e cruel de ataques. Muita gente morrendo, e de modo especial muitos militares, jovens”, diz o Padre Kiriwi Fonseca.
Face à dimensão da violência registada nos mais recentes ataques ao longo das últimas semanas, é preciso “auxiliar as populações que estão outra vez em fuga”, reclama o sacerdote.
“Este não é o momento de nos calarmos, não é o momento de cruzar os braços, é o momento de gritar alto que precisamos de socorro em Cabo Delgado, queremos ajuda imediata para se resolver este problema”, afirma na mensagem recebida pela Fundação AIS em Portugal.
Com esta mensagem, o sacerdote passionista procura sensibilizar, através da Fundação AIS, a comunidade internacional para se auxiliar o povo “inocente” de Moçambique que enfrenta a insurgência terrorista deste Outubro de 2017 e que já causou mais de cinco mil mortos e mais de 1 milhão de deslocados.
“Não nos abandonem”, diz ainda o Padre Fonseca, lembrando que, com toda a violência que está a ocorrer na região, “o ano de 2024 será de muita fome”.
O antigo responsável de comunicação da Diocese de Pemba enviou a sua mensagem à Fundação AIS no seguimento do alerta do Santo Padre no passado domingo, dia 18, para o regresso da violência a Cabo Delgado.
LFS