Santarém: Silêncio é «a condição» para encontro com Deus em qualquer parte – D. José Traquina

Bispo diocesano deixou apelos na missa no primeiro Domingo da Quaresma

Foto: Diocese de Santarém

Santarém, 19 fev 2024 (Ecclesia) – O bispo de Santarém presidiu à Eucaristia do Domingo da Quaresma, na Catedral local, afirmando que o encontro com Deus é feito através do silêncio.

“O Silêncio não humilha, engrandece e ajuda-nos a redescobrir-nos com verdade e esperança. Assim, para nos encontrarmos com Deus em qualquer parte, no alto do monte ou em frente de um sacrário, a condição é o silêncio”, afirmou D. José Traquina, na homilia enviada à Agência ECCLESIA.

Este silêncio “não é um elogio à solidão doentia”, diz o bispo diocesano, “antes pelo contrário, é um modo muito saudável e espiritual de vencer a solidão”.

“Para resolver bem a vida, com problemas ou grandes missões, somos convidados a fazer como Jesus, a fazer silêncio e promover a oração, sabendo que, mesmo assim, não estamos livres de tentações. É necessário vigilância para discernir e responder com Fé. É necessário distinguir o que é a tentação e o que é a vontade de Deus”, salientou.

O Evangelho de S. Marcos deste domingo inicia-se com o evangelista a dizer que “o Espírito Santo impeliu Jesus para o deserto”.

Segundo o bispo de Santarém, “o deserto é um espaço concreto que pela ausência de distrações e barulhos facilita o encontro com Deus na intimidade. E facilita porque há silêncio”.

“Neste tempo, as informações acerca do mundo dizem que o barulho em muitas partes é ensurdecedor e o medo instala-se. O modo como nos podemos reconhecer como imagem e semelhança de Deus, reside em fazer a experiência de Jesus: entrar em silêncio”, destacou.

Com referência à mensagem do Papa para a Quaresma, D. José Traquina fala num tempo em que “milhares de pessoas atravessam um pesado tempo de deserto, entendido como provocação, humilhação e muitas a morrer por força de ódios acumulados ao longo de décadas”.

“O silêncio pode ser uma marca deste tempo quaresmal que nos permitirá o exercício penitencial, como busca de maior perfeição cristã, melhor identificação com Cristo”, defendeu.

Assim agindo na construção da paz, cuidemos por vigiar para que os nossos sentimentos não sejam condicionados pelo mal que acontece no mundo, mas pela fé, esperança e caridade que Deus quer em nosso coração”.

O Evangelho de S. Marcos apresenta o apelo à mudança e à realização das promessas proféticas: “Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus”.

Segundo o bispo de Santarém, “com Jesus é possível o tempo novo do Espírito Santo onde reina a compaixão de Deus no íntimo de cada pessoa”.

“É essa compaixão e sonho que somos convidados a cultivar em oração silenciosa em tempo de Quaresma e em partilha com alguma renúncia quaresmal”, referiu.

No final, D. José Traquina fez um apelo: “Vivamos o caminho quaresmal, com Deus e uns com os outros, em exercício de conversão, com vigilância, oração, generosidade e também com alegria e esperança, abrindo-nos ao tempo novo que Jesus inaugurou com a sua Páscoa”.

LJ/OC

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Agência ECCLESIA

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