Vaticano: Papa pede maior aposta na formação humana dos padres

Francisco diz que tentação de «omnipotência» está na «raiz de todas as formas de abuso»

Cidade do Vaticano, 08 fev 2024 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje a uma maior aposta na “formação humana” dos padres, por parte da Igreja Católica, pedindo que estes rejeitem a ideia de “omnipotência”, no seu ministério.

“Há necessidade de sacerdotes plenamente humanos, que brinquem com as crianças e que acariciem os velhos, capazes de boas relações, maduros para enfrentar os desafios do ministério, para que a consolação do Evangelho chegue ao povo de Deus através da sua humanidade, transformada pelo Espírito de Jesus”, disse, perante centenas de bispos e padres, reunidos no Auditório Paulo VI, do Vaticano.

Francisco falava aos participantes do congresso internacional para a formação permanente dos sacerdotes, promovido pelo Dicastério para o Clero, em colaboração com os Dicastérios para a Evangelização e para as Igrejas Orientais, da Santa Sé.

A iniciativa, que decorre entre terça-feira e sábado, tem como tema ‘Reavivar o dom recebido’.

O Papa desafiou os participantes a manter viva a “força humanizadora do Evangelho”, considerando que “um sacerdote amargo, um sacerdote que tem amargura no coração, é um solteirão”.

A intervenção, publicada pela sala de imprensa da Santa Sé, insistiu na ideia de “pertença ao povo”.

“Nunca nos sentirmos separados do caminho do santo povo fiel de Deus guarda-nos, sustenta-nos nos nossos trabalhos, acompanha-nos nas angústias pastorais e preserva-nos do risco de nos desligarmos da realidade e de nos sentirmos omnipotentes. Estejamos atentos, pois esta é também a raiz de todas as formas de abuso”, advertiu.

Francisco falou ainda da “reciprocidade e circularidade” entre os ministérios e os carismas, na Igreja Católica.

“Isto requer de nós a sabedoria humilde de aprender a caminhar juntos, fazendo da sinodalidade um estilo da vida cristã e da própria vida sacerdotal. Aos sacerdotes é pedido, sobretudo hoje, o empenho de fazer exercícios de sinodalidade. Lembremo-nos sempre disto: caminhar juntos”, apelou.

O Papa despediu-se dos sacerdotes com o conselho de “perdoar sempre”.

Quando as pessoas se confessam, elas vêm para pedir perdão e não para ouvir uma lição de teologia ou de penitências. Sejam misericordiosos, por favor. Perdoem sempre, porque o perdão tem essa graça do carinho, do acolhimento”, concluiu, convidando todos a pedir a “graça da ternura”.

OC

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Agência ECCLESIA

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