Visita de Papa aos EUA não é aval à política de Bush

A visita de Bento XVI aos Estados Unidos da América, que acontecerá entre os dias 15 e 20 de Abril, não deve ser interpretada como uma demonstração de apoio à política externa norte-americana, afirmou o Cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz. O antigo representante do Vaticano na ONU discordou de comentários da imprensa em relação a um Papa “norte-americano”, em sintonia com o presidente dos EUA, George W. Bush, não só em temas como a defesa da vida e da família, mas também sobre a necessidade de manter as tropas norte-americanas no Iraque. “É evidente que o principal erro foi começar uma segunda guerra”, após a primeira de 1991 contra o Iraque, depois da invasão do Kuwait, disse D. Martino. “Agora a avaliação é muito difícil. Alguns ligam a matança diária no Iraque com a presença de tropas estrangeiras e querem que elas saiam”, acrescentou. O presidente de CPJP precisou que “um encontro na Casa Branca com Bush não significa sintonia”, frisando que o Vaticano “não pode renegar com uma visita toda a sua política, que é de repúdio à guerra e de incentivo ao diálogo, para acabar com as diferenças e favorecer a colaboração”. Para o Cardeal Martino, o Papa tem o “dever de proclamar profeticamente a paz” onde quer que exista uma ameaça de guerra. “Frequentemente, os governantes tomam as suas decisões com base na oportunidade do momento, enquanto a Igreja defende sempre valores irrenunciáveis, e entre eles está a paz”, concluiu. Redacção/ANSA

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