Um desafio ao diálogo entre fé e cultura deixado às direcções de cada escola, do próprio IPS e da pastoral universitária Pela primeira vez o Instituto Politécnico de Setúbal recebeu o Bispo diocesano, D. Gilberto Reis, nas suas instalações. Um desafio ao diálogo entre fé e cultura em que as direcções de cada escola, do próprio IPS e da pastoral universitária quiseram participar. Esta iniciativa, como estreia, pretende imprimir uma presença “que se tem tornado cada vez mais forte”, explica à Agência ECCLESIA o Pe. Marco Luís, director da Pastoral Universitária no Pólo de Setúbal. Para isto muito tem contribuído a presença semanal do sacerdote, marcando as relações com os estudantes com actividades e conversas. Todas as Quartas-feiras o Serviço Pastoral do Ensino Superior organiza a hora da esperança. Um espaço aberto onde alunos e professores se juntam para conversar e partilhar. Na associação de estudantes, da Escola de Saúde, todas as Quintas feiras o Pe. Marco Luís faz atendimento. O tempo aqui é dedicado à conversa, aos problemas e anseios que os estudantes atravessam, sejam eles mais pessoais ou académicos. Aos 32 anos o Pe. Marco Luís assume-se como caloiro “pela terceira vez”. Depois do Direito e da Teologia, este ano é caloiro no serviço pastoral do ensino superior. A idade, a linguagem e a forma de estar ajudam a concretizar a proposta do programa de esperança que o sacerdote quer desenvolver na Pastoral. O campus do IPS compreende cinco escolas de serviço público – Escola Superior de Saúde, Escola Superior de Ciências Empresariais, Escola Superior de Educação, Escola Superior de Tecnologia de Setúbal e Escola Superior de Ciências Empresariais. São três os edifícios ao longo de uma extensão de 500 metros. O espaço conta ainda com um complexo desportivo e a residência Santiago para estudantes. O director da PU dá conta de um conjunto de parcerias institucionais e do desejo de abertura à sociedade civil. O incentivo à parceria cultural e social com a Igreja é cada vez mais um desafio, assume o Pe. Marco Luís. A novidade e “alguma perplexidade” foram notadas durante a visita. Mas a primeira vitória é a da “presença e da apresentação de um rosto de Igreja do ponto de vista cultural e de parceria, para além da fé”. Como sinal desta multiplicidade cultural e presencial, o IPS organizou exposições e conferências da responsabilidade de cada escola. Em cada escola “houve uma linguagem particular”, respeitando a proposta formativa de cada área. A realidade estudantil pautou os discursos que se centraram em diferentes dias na saúde, no ambiente, no empreendorismo, na educação. O Pe. Marco Luís assume esta visita como “uma tentativa de aproximação”. O acolhimento nas direcções incentivou a proximidade. O Director da Pastoral Universitária sublinha dois momentos chaves. A visita à residência dos estudantes que durante duas horas envolveu D. Gilberto Reis numa animada conversa com os jovens. Mas também o encontro com 120 finalistas que esperavam o Bispo diocesano para uma conversa antes da benção de finalistas, em Maio. D. Gilberto Reis aponta à Agência ECCLESIA o bom acolhimento que recebeu por parte de todos e em especial os momentos que manteve com os jovens. No entanto, destaca que os jovens de uma forma geral “desconhecem a pessoa de Jesus Cristo”. “Os jovens prendem-se mais a questões de ordem, relacionada até com a Igreja, do que com a mensagem de Jesus”. Uma situação que se estende a toda a sociedade. O mundo universitário é cheio e passa rápido. “E as solicitações juvenis no mundo universitário são muitas”. Mas aponta que “serão estes os jovens que vão ajudar a construir o futuro”. Os jovens são “muito variáveis”. Há muitos que “são católicos mas muitos também que não têm qualquer ligação com a Igreja ou experiência de fé”. A Igreja deve por isso “estar presente em todos os lugares”, assume o Bispo de Setúbal e ser participante na no diálogo entre fé e cultura. Se não houver uma cultura rica “estamos perdidos” e a presença da Igreja “é indispensável”.