Igreja denuncia violência contra indígenas no Brasil

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) apresentou o relatório bienal Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil, no qual se assinalam tentativas de suicídio de 22 índios, 82 tentativas de assassinatos e 22 homicídios. “As vítimas são sempre os pobres que estão às margens da sociedade e fazem parte de um quadro dramático”, lembrou o Bispo do Xingu, D. Erwin Kräutler. Segundo o relatório, a violência contra os indígenas atinge “o património territorial e o indivíduo indígena na discriminação racial, nas ameaças e nos assassinatos por omissão do poder público”, explicam os dados do relatório. D. Erwin ressaltou que a omissão do poder público se dá principalmente no âmbito da saúde pública e num genocídio sem precedentes. “Temos os piores indicadores dos últimos anos em relação aos indígenas, com 92 vítimas. Dessas, 53 são no estado do Mato Grosso do Sul”, denunciou. No final da sua 46ª Assembleia-geral, a Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) emitiu uma nota de solidariedade para com a Diocese de Roraima e os povos da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Segundo os Bispos católicos, a demora na retirada definitiva dos não índios que insistem em permanecer na terra homologada tem contribuído para o agravamento do quadro de violência a que estão submetidos os povos Ingarikó, Macuxi, Wapixana, Patamona e Taurepang. “Não podem ser premiados os que violam sistemática e impunemente a Constituição, invadindo e ocupando de maneira ilegal terras que não lhes pertencem a nenhum título, promovendo ali o garimpo, a extracção ilegal de madeira, a pecuária e plantações de arroz, ao arrepio da lei, afrontando a Constituição Federal”, refere a Nota.

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