Caritas de Setúbal discutiu paridade de género

A Caritas Diocesana de Setúbal promoveu esta semana as Jornadas “Paridade de Género, Igualdade de direitos e deveres?”, no âmbito do Ano Europeu Para a Igualdade de Oportunidades para Todos, defendendo “a igualdade e a diferença na complementaridade”, concebendo a mulher “não como um mero objecto mercantil ou sexual, mas como um ser humano com dignidade própria e construtora de uma sociedade nova”. “A igualdade entre homens e mulheres deve fazer-se pelas melhores razões, por duas pessoas que se complementam na sua intervenção multifacetada na sociedade, no respeito pela diferença, mas em igualdade de circunstâncias”, assinala a organização católica. Nalgumas das conclusões do encontro, agora apresentadas, refere-se que “a sustentabilidade global de uma sociedade complexa como a nossa coloca-nos perante o desafio de descobrir a maternidade global, não apenas como um fenómeno biológico, mas como paradigma global”. A maternidade global, como referiu o Padre Feytor Pinto, impôs-se porque a mulher possui características psicológicas e sociais com um efeito original na recriação da sua intervenção social, económica e cultural. As Jornadas Diocesanas reflectiram sobre o papel da família na sociedade, como espaço fundamental, onde as práticas se reproduzem no bom e no mau sentido. Para além da igualdade do género foi referida a importância da pluralidade de géneros, o que equivale à necessidade de nos afirmarmos pela diferença que nos caracteriza e respeitando sempre a diferença dos outros ou do outro. Uma outra preocupação referenciada tem a ver com a necessidade de “promover uma educação que valorize a igualdade do género, de forma a promover não o apoio, mas a partilha de tarefas entre homens e mulheres”. A autonomia financeira foi também considerada fundamental para a igualdade do género, uma vez que sem condições de subsistência a liberdade e a igualdade no género serão meras figuras de retórica. No entanto, foi recordado, que o desemprego de longa duração continua a ser mais frequente no caso das mulheres (4,5%) do que no caso dos homens (3,3%). As carreiras profissionais das mulheres são também mais breves, como é ainda mais reduzida a possibilidade de ocupar cargos políticos ou de direcção e chefias nas empresas. A Caritas assinala que “homens e mulheres devem lutar em conjunto por uma sociedade melhor, partindo da competência de cada um e sem descriminação de espécie alguma. Se assim procedermos, é a sociedade, são as gerações vindouras que ficarão a ganhar, com mais liberdade, mais igualdade, mais solidariedade, mais justiça social”.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top