Alemanha: Igreja Católica quer encerrar capítulo negro

A Igreja Católica na Alemanha acaba de publicar o livro “Trabalho forçado e Igreja Católica entre 1939 e 1945”, dando a conhecer um capítulo negro da sua história, durante o regime nazi. Segundo a obra, com mais de 700 páginas, A Igreja terá utilizado cerca de 5000 escravos deportados de países do Leste europeu e mais de 1000 prisioneiros de guerra. Como explica o Cardeal Karl Lenmann “é importante lembrar este período da história já que durante muito tempo a Igreja fechou os olhos ao sofrimento de homens, mulheres, adolescentes e crianças de toda a Europa sujeitos a trabalhos forçados” Mão-de-obra proveniente, sobretudo, da Polónia e das repúblicas da ex-União Soviética foi utilizada em cerca de 800 instituições. A Conferência Episcopal precisou que o estudo constitui “a pesquisa mais ampla das últimas décadas sobre todo o catolicismo alemão”. A Igreja evangélica, que também utilizou trabalhadores forçados, decidiu indemnizar os sobreviventes com uma contribuição para “Fundação Memória, Responsabilidade e Futuro”, o fundo criado nos anos passados pelo governo alemão. Já a Igreja Católica preferiu criar o seu próprio fundo para o ressarcimento das vítimas mediante a criação, em 2000, de um fundo especial de 2,55 milhões de euros. Em 2005, foram identificados cerca de cinco mil trabalhadores sobreviventes, 590 dos quais já receberam uma indemnização de 2556 euros. Entre os motivos que levaram à conivência da Igreja, estão “motivos patrióticos, bem como o medo da violência da polícia e da SS. Essa situação levou a ambivalências, tensões e ajustamentos, em alguns casos também a erros fatais”, disse Karl-Joseph Hummel, director da investigação.

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