Semana de oração, que decorre até 25 de janeiro, incluiu vigília juvenil, em Lisboa
Lisboa, 22 jan 2024 (Ecclesia) – Jovens de várias Igrejas de Lisboa promoveram a Vigília Ecuménica 2024, um dos encontros tradicionais da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (18-25 de janeiro), que mobiliza milhões de pessoas em todo o mundo.
Rita Martins, do Serviço da Juventude do Patriarcado, referiu à Agência ECCLESIA que estas iniciativas são “muito importantes para sensibilizar os jovens”.
“É importante também que os jovens fiquem sensibilizados e que possam ver a importância de rezar pela unidade dos cristãos”, indicou, após o encontro de oração que decorreu no último sábado.
Para a jovem católica, apesar das diferenças entre as várias Igrejas e comunidades cristãs, há “muita coisa em comum”.
“O que importa, de facto, é isto mesmo, é seguir Jesus Cristo apesar da diferença no modo como o fazemos”, observou.
‘Vai e faz o mesmo’, uma passagem do Evangelho segundo São Lucas (10,37), foi o tema da Vigília Ecuménica Jovem 2024.
Sara Morisco, da Paróquia da Amadora, assume a necessidade de ir ao encontro de “dinâmicas diferentes e jovens de outros sítios da cidade”.
“Existem miúdos da idade deles que pensam como eles, têm uma fé igual, até pode ser um bocadinho diferente, mas também têm esta fé, esta vontade de fazer caminho”, acrescentou.
Cláudio da Costa, da Igreja Evangélica Metodista de Lisboa, quis celebrar o que existe em comum com as outras comunidades, “o louvor e a entrega a Deus”.
“Tem sido uma grande oportunidade poder partilhar a palavra do Senhor com outras comunidades, outras nacionalidades”, assume.
Os materiais para o oitavário de oração foram preparados por uma equipa ecuménica no Burquina Faso, coordenada pela comunidade (ecuménica francesa) ‘Chemin Neuf’.
João Luís Fontes, membro do Fórum Ecuménico Jovem, destaca que o testemunho dos cristãos neste país africano inspira “a urgência de os cristãos orarem e trabalharem em conjunto, no sentido de ultrapassar essas forças que destroem a pessoa”.
Num olhar sobre a realidade portuguesa, o responsável indica que há “vários pontos do país onde se procuram construir itinerários ecuménicos”, também ao longo de todo o ano.
“Esta vigília não é simplesmente um encontro desgarrado, mas é um desafio e todos os encontros, todas as celebrações cristãs são sempre um desafio para ir e fazer o mesmo. Ou seja, para ser sinal, para ser construtor, para ser fermento desta reconciliação, desta fraternidade”, apelou.
A pastora Eva Michel, membro da Igreja Presbiteriana e atualmente ao serviço da Igreja Metodista em Portugal, elogia o papel dos jovens neste contacto ecuménico, mostrando várias formas de “viver e de acreditar”.
“Isto talvez seja o mais importante: conhecermo-nos, criarmos confiança, até amizade, pelo menos interesse uns pelos outros, porque muito facilmente vivemos cada um no nosso pequeno mundo”, aponta.
A vigília jovem foi organizada pelos Departamentos Juvenis das Igrejas Católica (Patriarcado de Lisboa), Lusitana (Comunhão Anglicana), Metodista, Presbiteriana e Evangélica Alemã, na igreja do Colégio de São João de Brito.
O padre Peter Stilwell, responsável pelo Departamento para a promoção da unidade dos cristãos e diálogo inter-religioso, no Patriarcado de Lisboa, sublinha que o mandato ecuménico “não cabe especificamente à Igreja Católica, à Igreja Ortodoxa, aos evangélicos, aos anglicanos”.
“Todos nós, pelo nosso Batismo e pelo nosso seguimento de Jesus Cristo, somos mandatados para olhar para este mundo tão ferido por tantas guerras neste momento, mas também tantos outros maus, e darmos as mãos para colaborarmos nisso”, assumiu.
O sacerdote assume o campo das migrações como um desafio comum, num momento de “grandes movimentos de populações, motivados quer pelas guerras, quer pelos desequilíbrios climáticos, quer por injustiças económicas”.
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