«Bíblia Manuscrita» é uma iniciativa que o sacerdote da Diocese do Porto dinamiza nas suas comunidades
Vila Nova de Gaia, 19 jan 2024 (Ecclesia) – O pároco de Arcozelo (São Miguel) e Gulpilhares, em Vila Nova de Gaia, Diocese do Porto, afirma que o ‘Domingo da Palavra’, instituído pelo Papa Francisco, vem dar “importância e lembrar os cristãos que há uma Palavra de Deus”.
“É uma ocasião muito bela e importante de percebermos que temos uma Bíblia. Na maior parte das famílias, a Bíblia serve para estar numa estante, outras guardam numa gaveta ou outra e não temos este cuidado de abrir uma Bíblia e de ler uma frase que seja”, disse o padre Jorge Nunes, em entrevista à Agência ECCLESIA.
A Igreja Católica vai celebrar, neste dia 21 de janeiro, o quinto Domingo da Palavra de Deus, com o lema bíblico ‘Permanecei na minha Palavra’; esta celebração foi instituída Papa Francisco, a 30 de setembro de 2019.
“Este Domingo da Palavra vem-nos dar essa importância e lembrar os cristãos que há uma Palavra de Deus, há uma palavra escrita e há uma Bíblia na qual podemos alimentar-nos, dia após dia; Penso que foi uma feliz ideia do Papa Francisco instituir este terceiro Domingo do Tempo Comum como o Domingo da Palavra e vamos sentindo este valor maior que a Palavra pode ter na nossa vida”, desenvolveu o sacerdote da Diocese do Porto.
Para o padre Jorge Nunes era bom recuperar “a tradição da ‘Lectio divina’, individualmente ou em grupos, que consiste na leitura da Bíblia, mas “mais do que na leitura a interrogação”: “O que é que tu me queres dizer?”.
“É uma interrogação muito própria e muito direta a Deus. O eu de cada um é importante para perceber que esta Palavra é viva, que mesmo tendo sido escrita há muitos séculos, ela parece que às vezes foi escrita ontem de propósito para aquilo que é a minha vivência e para aquilo que é o meu sentimento, muitas vezes até interior, e isso torna a Palavra muito bela e muito eficaz”, desenvolveu.
O padre Jorge Nunes partilhou, a propósito da celebração do Domingo da Palavra o “sonho”, que não sabe se vai realizar, de escrever a Bíblia manualmente, algo que começou no seu tempo de seminário menor.
“Percebi que é uma grande diferença, que ao escrever as coisas ficam muito mais enraizadas e ficamos com um panorama maior do livro da Sagrada Família”, acrescentou.
Neste contexto, o pároco de Arcozelo (São Miguel) e Gulpilhares, em Vila Nova de Gaia, adianta que nestas duas paróquias desafiou “a catequese, os pais e toda a comunidade” para passarem no Domingo da Palavra, “e somente no Domingo da Palavra, pela Igreja e pelo espaço habitualmente litúrgico”, para começarem a ‘Bíblia Manuscrita’.
“Começamos no primeiro livro do Antigo Testamento e no primeiro livro do Novo Testamento, e este ano teremos o segundo livro do Antigo Testamento e o segundo livro do Novo Testamento, que são completados, se necessário, pelo quarto ano da Catequese que tem a ‘Festa da Palavra’, neste domingo recebe a Bíblia e depois terá a festa da Palavra”, explicou o padre Jorge Nunes.
Segundo o pároco de Arcozelo (São Miguel) e Gulpilhares, este convite “causou uma surpresa muito agradável, foi muito bom”, e no silêncio, na calma, na tranquilidade, ver também algumas famílias que, depois, “iam mudando de lugar para escrever alguma coisa.
“Foi muito bom, muito interessante e por isso é que vamos repetir este ano, esse mesmo gesto de manuscrever a Bíblia”, acrescentou o sacerdote, no Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2, onde comentou a liturgia do próximo domingo e falou da iniciativa ‘Escutar Deus na voz dos Jovens’, do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil.
No Vaticano, o Papa Francisco vai presidir à celebração do Domingo da Palavra, às 09h30 (menos uma hora em Lisboa) na Basílica de São Pedro, onde vai instituir os ministérios de leitor e catequista a homens e mulheres de diferentes países, e oferecer o Evangelho de São Marcos.
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