(Re)leitura da “Evangelium vitae” indispensável para cultura da vida

O Dia Europeu da Criança por Nascer foi assinalado ontem em Braga com uma missa celebrada na igreja da Senhora- a-Branca, durante a qual fez-se um apelo à (re)leitura da encíclica “Evangelium vitae” (O Evangelho da Vida), do Papa João Paulo II. Este documento pontifício, publicado em 1995, está na origem da celebração deste “dia europeu” cuja comemoração deveria ter ocorrido no passado dia 25, data em que se comemora a Anunciação do Senhor. Este ano, porém, a solenidade foi transferida para o dia 31, por razões litúrgicas, levando a que se atrasasse alguns dias aquela celebração por parte dos movimentos pró-vida. Entre eles, a Militia Sanctae Mariae (MSM), que a promoveu em Braga. Numa das preces da missa, rezou-se para que os católicos leiam, ou façam uma releitura, da “Evangelium vitae” como forma de comprometer- se cada vez mais na promoção da cultura da vida. Para que, como referiu antes o padre Carlos Nuno Vaz, na homilia, a cultura da morte não chegue ao ponto de «corroer a nossa existência». Daí, alertou, a necessidade de afirmar «o valor incomensurável da vida humana», inclusive «desde a concepção». Na sua intervenção, o capelão da igreja da Senhora- a-Branca leu alguns parágrafos daquela encíclica, relacionados com a educação e a oração. «A família – afirmou o padre Carlos Nuno Vaz, citando João Paulo II – cumpre a sua missão de anunciar o Evangelho da vida, principalmente através da educação dos filhos. Pela palavra e pelo exemplo, no relacionamento mútuo e nas opções quotidianas, e mediante gestos e sinais concretos, os pais iniciam os seus filhos na liberdade autêntica, que se realiza no dom sincero de si, e cultivam neles o respeito do outro, o sentido da justiça, o acolhimento cordial, o diálogo, o serviço generoso, a solidariedade e os demais valores que ajudam a viver a existência como um dom». «Entra na missão educadora dos pais – continuou – ensinar e testemunhar aos filhos o verdadeiro sentido do sofrimento e da morte: podê-lo-ão fazer se souberem estar atentos a todo o sofrimento existente ao seu redor e, antes ainda, se souberem desenvolver atitudes de solidariedade, assistência e partilha com doentes e idosos no âmbito familiar». «Além disso – concluiu –, a família celebra o Evangelho da vida com a oração diária, individual e familiar: nela, agradece e louva o Senhor pelo dom da vida e invoca luz e força para enfrentar os momentos de dificuldade e sofrimento, sem nunca perder a esperança. Mas a celebração que dá significado a qualquer outra forma de oração e de culto é a que se exprime na existência quotidiana da família, quando esta é uma existência feita de amor e doação». A conclusão da encíclica – em que se denuncia «o número sem fim de crianças a quem é impedido nascer, de pobres para quem se torna difícil viver, de homens e mulheres vítimas de inumana violência, de idosos e doentes assassinados pela indiferença ou por uma presumida compaixão» – foi rezada no final da missa pelas pessoas presentes nesta celebração – cerca de uma centena. Nessa oração pede-se aos cristãos para «anunciar com desassombro e amor aos homens do nosso tempo o Evangelho da vida», base da «civilização da verdade e do amor».

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