Vaticano reafirma vontade de diálogo com o Islão

Pe. Federico Lombardi responde a críticas do mundo muçulmano por causa do Baptismo de Magdi Allam O director dos serviços de informação do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, reagiu às críticas do mundo islâmico por causa do Baptismo do egípcio Magdi Allam, convertido do Islão ao Catolicismo, afirmando que este episódio não deve travar o diálogo estabelecido nos últimos meses. Em declarações à Rádio Vaticano, o Pe. Lombardi indica que “o baptismo de Magdi Allam é uma boa ocasião” para reafirmar que qualquer cristão “tem o direito de exprimir as suas próprias ideias, que continuam a ser pessoais, sem que se tornem expressão oficial do Papa ou da Santa Sé, como é óbvio”. O Vaticano demarca-se assim, novamente, das declarações de Allam, que falou da sua antiga religião como “fisiologicamente violenta e historicamente conflituosa”. “Acolher na Igreja um novo crente não significa, evidentemente, assumir todas as suas ideais e posições, em particular sobre temas políticos ou sociais”, aponta o director da Rádio Vaticano, do Centro Televisivo Vaticano e da sala de imprensa da Santa Sé. Entre as críticas à cerimónia da Vigília Pascal, no passado Sábado, destaque para as de Aref Ali Nayed, Director do Royal Islamic Strategic Studies Center e um dos participantes da recente reunião no Vaticano que levou ao anúncio da criação de um Fórum católico-muçulmano. O Pe. Lombardi destaca que Nayed “confirma a vontade de continuar o diálogo de aprofundamento e conhecimento recíprocos entre cristãos e muçulmanos, não colocando em causa o caminho iniciado” ao longo do último ano e meio entre o Vaticano e os 138 signatários da carta aberta “Um mundo comum”, enviada por representantes muçulmanos a líderes cristãos, incluindo Bento XVI, no passado mês de Outubro. “Este itinerário deve continuar, é de extrema importância, não pode ser interrompido e tem prioridade em relação a episódios que possam ser objecto de mal-entendidos”, aponta. O Pe. Lombardi rejeita as acusações de “maniqueísmo” dirigidas por Nayed ao Papa, por causa da sua homilia sobre a simbologia da luz na Vigília Pascal, considerando que as mesmas “manifestam uma falta de compreensão da liturgia católica”. O porta-voz do Vaticano diz ainda que a Igreja Católica não merece, hoje em dia, “acusações de falta de respeito pela dignidade e a liberdade da pessoa humana”. “O Papa assumiu o risco deste Baptismo para afirmar a liberdade de escolha religiosa, que é consequência da dignidade da pessoa humana”, conclui.

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