Assumir o sofrimento com coragem e coerência, diz D. António Carrilho

Centenas de fiéis participaram nas celebrações da Paixão do Senhor Na celebração de Sexta-feira Santa D. António Carrilho exortou os fiéis a imitarem o “sofrimento” de Cristo com “serenidade e paz, mesmo no meio das adversidades e angústias”, porque o mistério da morte de Jesus “apontou para algo de fundamental” na vida de cada um, da sociedade e do mundo. “A morte de Jesus acaba por aparecer como uma causa ao serviço do homem, não só porque apontou para algo de fundamental, a visão de Deus, a visão da religião, a visão do homem, da sociedade, como também Jesus nos ajudou a integrar aquilo que é a condição da nossa própria vida”, disse ontem D. António Carrilho na celebração da Paixão do Senhor. Perante centenas de fiéis que participaram na Liturgia de Sexta-Feira Santa, na Sé do Funchal, o prelado diocesano fez uma reflexão sobre o significado do sofrimento de Cristo que ainda hoje continua a ser modelo para a humanidade. “Para além dos sofrimentos físicos, há dores morais, a ingratidão a injustiça, ódios, violências, situações de sofrimento que se criam, que não se debelam, que não se eliminam”, mas “o convite que é feito não pode ser outro: é preciso darmos as mãos para vencer todas as manifestações do mal, tudo aquilo que é possível dominar, como manifestação do sofrimento”. Nestas circunstâncias, “Jesus ensina-nos que aquilo que temos de assumir que saibamos assumir como Ele assumiu, com força e com coragem”. Ele “não teve receio de enfrentar as situações várias que criaram, com muita personalidade e com toda a coerência”, afirmou. Daí que “a capacidade de aceitar a tribulação e nela amadurecer”, seja “uma regra proposta ao cristão que lhe permite manter a serenidade e a paz mesmo no meio de todas as adversidades e angústias. Cultivar o optimismo é desafio feito ao cristão”. No entanto, “olhamos o sofrimento sem perder de vista que para além do sofrimento de Cristo, a sua Ressurreição nos aparece como uma força de esperança”, sublinhou D. António Carrilho. No final da Liturgia da Paixão seguiu-se a tradicional Procissão do Enterro do Senhor que voltou a congregar muitos fiéis e uma multidão entre o adro da Sé e a Avenida Arriaga (Norte e Sul). Alegria e esperança para todos “Para o dia de Páscoa deixo a mensagem da alegria e da esperança porque é o que brota da fé na Ressurreição”, deseja o Bispo do Funchal. Em declarações ao Jornal da Madeira, D. António Carrilho lembra o que disse São Paulo: ‘Se Cristo não ressuscitou a nossa fé é vã’, mas porque Ele ressuscitou e nós acreditamos nisso, temos que anunciar que está vivo no meio de nós e que o luto, o sofrimento e a dor têm de ser superados por uma fé viva, como a esperança que brota dessa fé”. Por outro lado, “o tempo da Páscoa lembra sempre a vida nova em Cristo, não é só a vida em Cristo Ressuscitado mas a aplicação e a participação da vida do cristão nessa vida de Cristo. Então dizemos que nós, pela graça do Baptismo, também somos libertos daquilo que é o homem velho, o homem do pecado, para uma vida nova, a vida da graça, a vida segundo o espírito. Quem acolhe a graça do Baptismo tem que viver uma vida diferente, ao jeito de Jesus, é um ideal novo. Desejo para todos muita alegria e esperança, e também um esforço de vida nova à luz da mensagem do Evangelho de Jesus”.

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