Igreja Católica pede diálogo na Bolívia

A Igreja Católica pediu neste domingo ao governo boliviano e à oposição o fim dos insultos, para criar um clima de distensão, que propicie um processo de diálogo do qual será mediadora, na tentativa de conter a crise social e política que afecta o país. “Sabemos que este diálogo não pode fracassar e por isso fazemos um forte apelo para criar um clima de abertura renunciando a atitudes egoístas, visões parciais e os insultos e desqualificações”, declarou D. Jesús Juárez, secretário-geral da Conferência Episcopal, à rádio católica Erbol. “No momento não há data para o início das negociações porque vamos com muita cautela”, completou. Após pedir a mediação da Igreja Católica para ajudar a resolver a crise pela qual passa a Bolívia, o presidente Evo Morales está a tentar encontrar-se com Bento XVI. Na Sexta-feira, o chefe de Estado boliviano recebeu por duas horas em La Paz o Cardeal boliviano Julio Terrazas. No final da reunião, o Cardeal aceitou o pedido de Morales de criar um ambiente de diálogo propício com as províncias “rebeldes” de Santa Cruz, Pando, Beni e Tarija. Nesse mesmo dia, Bento XVI deixou um apelo ao diálogo na Bolívia, perante o “profundo processo de transformação” que atravessa este país sul-americano. O Papa sugeriu às autoridades do país e aos responsáveis das diversas organizações “prudência e sabedoria” para promover “o diálogo e o acordo”. Recebendo as cartas credenciais do novo embaixador boliviano junto da Santa Sé, Carlos Frederico de la Riva Guerra, Bento XVI começou por evocar as “profundas raízes cristãs da Bolívia”, bem patentes no caloroso acolhimento reservado a João Paulo II, por ocasião da visita papal, há 20 anos atrás. Desde então – observou o actual Papa – o país tem vivido “um profundo processo de transformação que produz situações difíceis e por vezes preocupantes”. “Não é possível permanecer indiferentes quando cresce a tensão social e se difunde um clima que não favorece o entendimento”, criando pelo contrário obstáculos ao “diálogo construtivo para encontrar soluções de equidade económica e justiça em vista do bem comum, especialmente a favor dos que têm dificuldades para viver de maneira digna”. “As autoridades que regem os destinos do povo, assim como os responsáveis das organizações políticas, sociais e civis, precisam da prudência e sabedoria que nasce do amor pelo homem, para promoverem em toda a população as condições necessárias ao diálogo e ao acordo”, afirmou.

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