Diretor do Museu Pio XII, em Braga, destaca atualidade da representação do nascimento de Jesus, iniciada há 800 anos por São Francisco de Assis
Braga, 16 dez 2023 (Ecclesia) – O diretor do Museu Pio XII, em Braga, disse à Agência ECCLESIA que o presépio é a síntese da mensagem do Natal, convidando todas as famílias a dar espaço, nas suas casas, para esta representação do nascimento de Jesus.
“Em todas as casas, por favor, ponham um presépio e ouçam o que o Menino Jesus tem para nos dizer”, referiu o cónego José Paulo Abreu, em entrevista que é emitida, este domingo, no Programa ECCLESIA, na Antena 1 da rádio pública (06h00).
O responsável da Arquidiocese de Braga assinala que, apesar de todas as outras “realizações” que marcam a celebração do Natal, na sociedade, o presépio se mantém como a “forma mais genuína”, pela “mensagem que transmite”.
“Tenho a certeza de que este tempo natalício será mais bem vivido se nós escutarmos o discurso bonito que nos chega de cada presépio”, aponta.
A Torre Medieval, extensão do Museu Pio XII, acolhe uma exposição de presépios da família Pias Messias, naturais de Galegos São Martinho, Barcelos.
Já o Tesouro-Museu da Sé de Braga tem patente a exposição de presépios ‘Cocorococó… e o galo cantou ao Menino’, de Cristina Sá.
“O presépio é um discurso sem palavras, é um discurso de humildade, é um discurso de pobreza, é um discurso de despojamento, é um discurso de oferta”, observa o cónego José Paulo Abreu.
A mensagem central continua, apesar da recriação e da criatividade que o próprio presépio vai ganhando, fruto também da história dos diferentes artesãos”.
O sacerdote entende que é o “amor que inspira e que move os corações de todos”, diante do presépio, revelando o que “há de mais bonito no ser humano”.
“Esse imaginário ainda existe. É preciso é reavivá-lo, não o deixar abafar pelas muitas outras apresentações, que tendem a ser muito mais volumétricas, tendem a ser mais coloridas e mais ruidosas”, adverte.
Com 800 anos de história e inúmeras representações, desde a primeira recriação de de São Francisco de Assis, o presépio mostra, através de vários artistas, a “vontade de que Deus encarne em todos os ambientes, em todas as circunstâncias”.
“São criatividades que nos ajudam a perceber, afinal, o mistério central do presépio, porque é a encarnação do Cristo que tem de estar em toda a realidade, que tem de estar em cada coração, em cada ser humano”, acrescenta o diretor do Museu Pio XII.
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