Trabalhadores da ENU propõem Bispo de Viseu como mediador

Os antigos trabalhadores da extinta Empresa Nacional de Urânio (ENU) decidiram Domingo pedir ao Governo que deixe o Bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, ser mediador na luta pelas suas reivindicações. Naquele que foi o primeiro plenário após o PS ter chumbado na Assembleia da República os projectos de lei do BE, PCP e PSD que davam resposta às reivindicações (no passado dia 7), o porta-voz da comissão de trabalhadores, António Minhoto, contou que D. Ilídio Leandro se disponibilizou “para mediar o conflito” com o Governo. “Os trabalhadores aceitam tal intenção, desde que o Governo entenda querer discutir e resolver as nossas reivindicações, pois sempre estivemos abertos ao diálogo”, referem numa moção aprovada por unanimidade no plenário, realizado na Casa de Pessoal da Urgeiriça, que registou o maior número de presenças desde o início da luta, cem, entre antigos trabalhadores e familiares. No dia 7 de Março, D. Ilídio Leandro, Bispo de Viseu, manifestou-se desapontado pelo chumbo da proposta para alargar o acesso às pensões de invalidez e velhice dos ex-trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio e para a não prescrição do direito de indemnização por doenças profissionais. O Bispo de Viseu, que já se tinha mostrado solidário com os ex-trabalhadores, afirmou à Agência ECCLESIA que lamenta não haver uma solução que “atribua justiça aos membros de uma empresa”, que foi nacional e onde os trabalhadores “viveram o seu projecto de vida”. “Não se trata de obter uma compensação ou benefício extra, mas encontrar uma solução que os leve a sentir justiçados pelo próprio Estado”, explicou. D. Ilídio Leandro enfatiza que a sua posição não significa “que a justiça esteja do lado dos trabalhadores para que todas as suas exigências sejam satisfeitas”, mas sublinha sentir que “deveria haver da parte do Estado uma decisão justa que contemplasse as legítimas aspirações”, nomeadamente as que têm cobertura da parte da lei, para que os trabalhadores sentissem que o Estado olhou pelo seu futuro. Redacção/Lusa

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