Procissão dos Passos na cidade de Viana

Drama de um tempo que não quer Cristo nem crucificado Os daquele tempo quiseram Cristo crucificado, o drama de hoje é nem crucificado querem Cristo, denunciou o pregador do sermão do “encontro”, assinalando que as largas centenas de pessoas que ocupavam a Praça da República têm um papel na cena da Paixão. O silêncio do encontro num olhar cruzado entre Cristo e sua Mãe, transfigura-se «para nós em eloquente discurso» que clama por uma Igreja cada vez mais profética, que denuncie as situações de um poder que «apostado na protecção de interesses particulares» persegue «os que se afirmam pela honestidade, pela coerência e pela competência». O padre Jorge Alves Barbosa disse da varanda dos antigos Paços do Concelho que a Paixão de Cristo se transformou em «espectáculo e argumento de cinema, mas o Cristo crucificado é expulso como obstáculo provocador e incómodo». O pregador desafiou as pessoas, como protagonistas deste encontro, a retomarem a Cruz todos os dias, a tomarem «consciência dos nossos sofrimentos, das nossas lágrimas e das nossas dores», assumindo também «as dúvidas, os medos e até os momentos de desespero em que até nos sentimos também abandonados por Deus». Este encontro ajuda-nos, ainda disse, a compreender como é que o sofrimento se transforma em lugar da aprendizagem da esperança, porque «não é o evitar o sofrimento, a fuga diante da dor, que cura o homem, mas a capacidade de aceitar a tribulação e nela amadurecer, de encontrar o seu sentido, sublinhando que «a grandeza da humanidade determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e com quem sofre». O Bispo de Viana, antes da saída da procissão de Passos, presidiu na Sé à oração de Vésperas.

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