Movimentos juvenis desafiados a serem motivo de alento

D. Jorge preocupado com jovens sem esperança O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, desafiou ontem os movimentos juvenis para que sejam motivo de alento para os jovens de hoje, que estão cada vez mais mergulhados numa tristeza que deriva da ausência de sentido. «Quero interpelar as comunidades e, dum modo particular os movimentos juvenis para que, como verdadeiros discípulos, assumam um compromisso com os jovens para que, com atitudes e gestos, sejam motivos de verdadeiro alento», afirmou o prelado na homilia da celebração de Domingo de Ramos. Centrando grande parte da sua intervenção nos jovens, já que se celebrava o Dia Mundial da Juventude, o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse que já «houve um tempo em que falar em juventude era sinónimo de alegria, felicidade, encanto de viver». Contudo, «hoje parece que os critérios se alteraram e a ausência de sentido perturba muitas vi- das jovens. Ao lado de muitos comprometidos e felizes descortino um cenário – que me parece em ritmo crescente – de rostos tristes e existências problemáticas», continuou. A interpelação de D. Jorge Ortiga aos movimentos juvenis católicos vai no sentido que estes trabalhem «para que aconteça a libertação de pseudo valores e ídolos que estrangulam a felicidade de viver». O prelado, que falava na Sé Catedral pejada de fiéis, sublinhou ainda que «a Igreja apresenta a sua identidade se se sentir “requisitada” para assumir os dramas e traumas dos jovens». O Arcebispo Primaz frisou que «não basta condenar os erros; urge carregar os problemas» e que «com a doação acontecerá a verdadeira libertação». Dirigindo-se especialmente aos jovens católicos, o presidente da CEP exortou os jovens que habitam «este mundo feito dos mais diversificados fascínios: não vos deixeis enganar por ofertas superficiais e demasiado passageiras, pois espreita-vos o sabor amargo da desilusão». E apelou: «deixai-vos fascinar pelo dom de Deus, presente no rosto de Jesus e pelo compromisso sério, na paixão de todos os dias, na capacidade de morrer para que haja vida neste mundo ensombrado pela morte». Se os jovens cumprirem com este desiderato, D. Jorge Ortiga sustenta: «aqui está a fonte da esperança cristã, a única que nos salva». Ainda a respeito dos movimentos juvenis, o prelado defende que estes devem mostrar que «é possível estar nos tempos de hoje e ser discípulo fiel», porque, «mais do que ninguém a juventude necessita de ver que é possível», acrescentou. Indicando que esta é tarefa de todo e qualquer baptizado, o Arcebispo de Braga refere que se não for cumprida «comprometemos o futuro do cristianismo». Por isso, tal como Bento XVI não se cansa de destacar, o prelado sublinhou que «é tempo de dar esperança e oferecer alento».

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