Papa lembra bispo morto no Iraque e fala aos jovens

Bento XVI pede fim da violência e apela à reconciliação no país Bento XVI recordou este Domingo a trágica morte de D. Paulos Faraj Rahho, Arcebispo caldeu de Mossul, no Iraque, deixando um apelo em favor da população deste país. “Basta de carnificinas, basta de violências, basta de ódio no Iraque”, indicou. No final da recitação do Angelus, o Papa lembrou D. Rahho, referindo-se ao “seu belo testemunho de testemunho de fidelidade a Cristo, à Igreja e à sua gente, que não obstante numerosas ameaças, não tinha querido abandonar”. O Papa soltou assim “um grito” dirigido ao povo iraquiano, que desde há cinco anos sofre as consequências de uma guerra que “provocou a desarticulação da sua vida civil e social”: “Amado Povo iraquiano, levanta a cabeça e sê tu próprio o primeiro reconstrutor da tua vida nacional! Sejam a reconciliação, o perdão, a justiça e o respeito da convivência cívica entre tribos, etnias, grupos religiosos – o caminho solidário para a paz, em nome de Deus!”. Neste encontro com peregrinos de todo o mundo, Bento XVI deixou uma saudação aos jovens presentes em Roma, e aos que, ao longo dos cinco continentes, nas respectivas dioceses, celebravam neste Domingo de Ramos, a Jornada da Juventude, estabelecida nesta data pelo “amado Servo de Deus João Paulo II”. Um pensamento especial dirigiu-o Bento XVI à diocese de Sidney, na Austrália, imersa nos preparativos para o grande encontro que ele próprio deverá presidir, precisamente daqui a quatro meses, de 15 a 20 de Julho, com jovens de todo o mundo. Festa Jovem Antes do Angelus, o Papa presidiu à Missa de Ramos na Praça de São Pedro, com dezenas de milhares de jovens. Bento XVI começou por apresentar Jesus que se encaminha para a Cidade Santa, para o Templo, numa peregrinação que corresponde a uma subida interior. O seu percurso não se concluirá no Templo, ele vai mais além: “meta última da sua subida é a Cruz”. “É a subida em direcção ao amor até ao fim, que é o verdadeiro monte de Deus, o definitivo lugar do contacto entre Deus e o homem”, precisou. Recordando como se apresentava o Templo de Jerusalém, Bento XVI sublinhou o facto de ali existir também um átrio dos pagãos. O Deus de Israel é o único Deus de todos os povos: “Embora os pagãos não entrassem, por assim dizer, no interior da Revelação, podiam contudo, no átrio da fé, associar-se à oração ao Deus único. O Deus de Israel, o Deus de todos os homens, estava sempre aguardando também a oração deles, a sua busca e invocação”. Daqui surge também para nós, cristãos, uma interpelação que leva a examinar a nossa consciência: “É a nossa fé bastante pura e aberta, de tal modo que a partir dela também os pagãos, as pessoas que hoje se encontram em busca, têm as suas perguntas, possam intuir a luz do único Deus, associar-se nos átrios da fé à nossa oração e com o seu demandar tornarem-se porventura também eles adoradores? (…) Não deixamos porventura, de diversas maneiras, entrar os ídolos também no mundo da nossa fé?”. Reflectindo sobre a novidade, originalidade, do sacrifício de Jesus, em contraste com os sacrifícios cruentos de animais, no Templo de Jerusalém, Bento XVI sublinhou que tais sacrifícios foram substituídos pela oferta do corpo de Cristo, pela oferta d’Ele próprio. “Só o amor até ao fim, só o amor que pelos homens se dá totalmente a Deus, é o verdadeiro culto, o verdadeiro sacrifício. Adorar em espírito e verdade significa adorar em comunhão com Aquele que é a verdade; adorar na comunhão com o seu Corpo, no qual o Espírito Santo nos reúne”, observou. “Para encontrar a Deus, precisamos de nos tornarmos capazes de ver com o coração. Temos que aprender a ver com um coração jovem, sem preconceitos e sem ser obscurecido por interesses. Nos pequenos que de coração livre e aberto O reconhecem, a Igreja sempre viu a imagem dos crentes de todos os tempos, a sua própria imagem”, prosseguiu. “Juntamente com os jovens de todo o mundo vamos ao encontro de Jesus, Deixemo-nos guiar por Ele, para aprendermos do próprio Deus o modo correcto de sermos homens. Com Ele agradeçamos a Deus, porque com Jesus, o Filho de David, nos deu um espaço de paz e reconciliação que abraça, na Santa Eucaristia, o mundo”, concluiu. (Com Rádio Vaticano) FOTO: Lusa

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