A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) quer que as dioceses e os seus responsáveis estejam mais atentos à questão da segurança no trabalho. O apelo é especialmente direccionado para obras em curso em igrejas, capelas e centros paroquiais de todo o país, afirma D. Carlos Azevedo, que pede um reforço da vigilância. “Transmitiremos aos Srs. Bispos essa preocupação, sobretudo quando há obras nas igrejas, nas residências ou nos centros paroquiais sociais, que se tenha em conta também toda a segurança no trabalho”, referiu à Renascença. A sensibilização acontecerá na próxima assembleia plenária da CEP, que decorrerá de 31 de Março a 3 de Abril, em Fátima, apontando assim para a celebração do Dia Mundial da Segurança no Trabalho, a 28 de Abril. Recentemente, o Cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz (CPJP), lembrou que a Doutrina Social da Igreja “pede expressamente a quem de direito a tutela da segurança para os trabalhadores”, lamentando que estes “continuem a trabalhar sem as garantias necessárias”. Em declarações reproduzidas pelo portal católico italiano Petrus, o presidente do CPJP lembra que “é preciso respeitar os trabalhadores, ter uma cultura de segurança no trabalho e garantir profissionalismo e actualização nestas matérias por parte das companhias”. Para o Cardeal Martino, da mesma forma que a Igreja se bate pelo “não” ao aborto, por considerar a vida como algo sagrado, deve “despertar as consciências” contra as mortes no trabalho, “que representam também um atentado contra a dignidade da própria vida”.