Francisco lamenta conflitos que apenas beneficiam quem produz armas
Cidade do Vaticano, 19 nov 2023 (Ecclesia) – O Papa defendeu hoje, no Vaticano, que a “paz é possível”, entre Israel e Palestina, apelando à “boa vontade” entre as duas partes.
“A paz é possível, é preciso boa vontade. A paz é possível, não nos resignemos à guerra e não nos esqueçamos que a guerra é sempre, sempre, sempre uma derrota. Os únicos que ganham são os fabricantes de armas”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação da oração do ângelus.
“Irmãos e irmãs, continuemos a rezar pela martirizada Ucrânia, vejo aqui bandeiras do país, e pelas populações da Palestina e Israel”, começou por dizer.
Ainda no ângelus, o Papa evocou ainda as vítimas da violência no Myanmar, que vive nova crise após uma ofensiva lançada por rebeldes, a27 de outubro, conhecida por “operação 1027”.
Segundo a ONU, mais de 200 mil pessoas foram deslocadas e morreram pelo menos 75 civis.
Francisco vai encontrar-se, a 22 de novembro, com parentes de reféns israelitas e familiares de palestinos residentes na Faixa de Gaza.
“Posso confirmar que na manhã de quarta-feira, à margem da Audiência Geral, o Papa Francisco se vai encontrar, em momentos distintos, com um grupo de parentes de israelitas mantidos como reféns em Gaza e com um grupo de familiares de palestinos que sofrem com o conflito na Faixa de Gaza”, indicou o porta-voz do Vaticano, em nota enviada aos jornalistas, na sexta-feira.
Segundo Matteo Bruni, os encontros, de “caráter exclusivamente humanitário”, querem manifestar a “proximidade espiritual” do Papa com “o sofrimento de cada um”.
O portal de notícias do Vaticano apresenta o testemunho de Raid Haj Yahya, voluntário dos Médicos para os Direitos Humanos de Israel, com experiência de várias missões em Gaza, para quem “a situação é dramática”.
“Há falta de gasolina, água, eletricidade, medicamentos, material médico. Não há lugar noutros hospitais”, denuncia.
OC