Caminhar para a conversão

Movimento Mensagem de Fátima prepara guias para peregrinos a pé Muitos são os passos que se encaminham para o Santuário de Fátima. Ano após ano, em diferentes épocas, mas faça chuva ou sol, os peregrinos continuam a rumar ao santuário mariano. Maio, Agosto e Outubro são os meses altos das peregrinações. Mas muitos são também os grupos que fogem das grandes aglomerações. A afluência é, por isso, uma constante, assim como é constante a preocupação com a preparação dos guias dos grupos para que nada falte no acolhimento e tratamento dos peregrinos. As peregrinações são momentos para muitos indescritíveis, passíveis apenas de serem vividos. Em muitos grupos integram-se pessoas que não têm ligação à paróquia. “Vêm pela experiência, com fé e baptizados, mas com uma quebra na sua caminhada em Igreja”, aponta à Agência ECCLESIA Manuel Fragoso do Mar, Presidente do Secretariado Nacional do Movimento mensagem de Fátima. Manuel Fragoso recorda “autênticas conversões” e “relatos de fé”. O próprio acolhimento do grupo é factor que emociona e converte. O Presidente do Secretariado Nacional aponta que as peregrinações podem ser o primeiro passo de uma “nova caminhada em Igreja”. O Movimento Mensagem de Fátima recebeu, num encontro nacional, os Guias de Peregrinos a pé. Para além da formação religiosa que é necessário prestar, nestes encontros são abordadas questões mais práticas. “A forma de caminhar, a organização do grupo de peregrinos, informações sobre os postos de assistência e informação prática para conduzir e acompanhar o grupo”, explica o Presidente do Secretariado Nacional. O primeiro passo para a constituição de um grupo de peregrinos é a vontade de caminhar até ao Santuário de Fátima. Antecipadamente os grupos devem reunir periodicamente para formar os peregrinos, preparar as diversas etapas, não só a nível religioso mas também a nível material, nomeadamente a preparação física, o vestuário e calçado. Os guias têm uma responsabilidade acrescida – o reconhecimento do trajecto, dos locais de repouso e de refeições, e o contacto com as autoridades por questões de segurança. Manuel Fragoso regista dois tipos de acolhimento. Há inúmeras instituições que prestam assistência – Ordem de Malta, Cruz Vermelha, Movimento Mensagem de Fátima, Caritas – e outros locais como autarquias, escolas, bombeiros ou centros paroquiais, que os peregrinam já conhecem e onde podem repousar e receber tratamento médico-sanitário. Mas existem, no entanto, muitas pessoas que abrem as suas garagens, onde prevêem algumas respostas para descanso dos peregrinos. Esta situação não é tão esporádica assim. “Principalmente na linha do Norte, por onde passam muitos peregrinos, as pessoas particulares abrem as suas casas para auxiliar quem caminha”. A tradição das grandes peregrinações registam-se no Norte de Portugal. No entanto, nos últimos anos, quer do Alto quer do Baixo Alentejo mas também da zona de Lisboa, “têm aparecido muitos grupos que estão muito bem organizados”, regista o Presidente do Secretariado Nacional. As peregrinações a pé continuam a registar uma grande adesão. Manuel Fragoso aponta apenas que “a assistência diminuiu”. Um factor que, de qualquer forma, não reduz a vontade de caminhar até ao santuário de Fátima. “É difícil indicar o número ideal para que um grupo possa caminhar”, regista Manuel Fragoso. No Norte há grupos muito grandes, mas que optam, por ter vários guias com diferentes responsabilidades. Os novos grupos do Sul “rondam os 50 peregrinos”. Um dos papeis essenciais do guia é prestar assistência espiritual. O Secretariado do MMF presta apoio nessa área, mas muitos grupos optam por emitir um guião. Também os párocos são ponto fundamental neste auxílio. Muitos sacerdotes, “com o afazeres paroquiais não podem acompanhar os grupos, mas à noite, deslocam-se ao local onde os peregrinos se encontram, para com eles celebrar a eucaristia ou outro sacramento”, aponta Manuel Fragoso.

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