Vila Verde carece de estruturas para idosos

D. Jorge Ortiga lembrou que a Igreja Católica é pioneira na área social e tem estado sempre atenta às necessidades das populações, sobretudo dos mais desfavorecidos. O presidente da Câmara de Vila Verde enalteceu ontem a implantação na vila de Prado de uma residência privada para a terceira idade, justificando que o concelho necessita de estruturas deste tipo para responder às lacunas existentes no acolhimento e prestação de cuidados à população idosa. «A Câmara Municipal saúda tudo o que é investimento nesta área», disse José Manuel Fernandes. O autarca, que falava na sessão de inauguração da ResiSénior — Residencias e Serviços para Terceira Idade, elogiou ainda o trabalho da Igreja Católica na área social e defendeu que o Estado «não se devia desligar» das instituições particulares de solidariedade social existentes nas paróquias, a quem reconheceu um papel importante na prestação de serviços sociais à infância, juventude, doentes e idosos. Numa crítica ao Governo de José Sócrates, o edil social democrata considerou que o País está marcado por políticas centralizadoras que «agravam» a desertificação do interior. «O encerramento de centros de saúde, de escolas e provavelmente de tribunais leva à fuga da população para os grandes centros urbanos», sustentou José Manuel Fernandes, para quem «as fundações do País estão a ser abaladas». As instalações da ResiSénior, que representaram um investimento de um milhão e 500 mil euros, foram inauguradas depois de benzidas pelo Arcebispo de Braga que realçou a importância destas estruturas numa sociedade em que os idosos são tratados cada vez mais fora do seio familiar. D. Jorge Ortiga lembrou que a Igreja Católica é pioneira na área social e tem estado sempre atenta às necessidades das populações, sobretudo dos mais desfavorecidos. «Uma igreja que não chega às necessidades da sociedade não é uma igreja de Jesus Cristo», disse o prelado, explicando que é para servir o próximo que a Igreja luta por ter instituições de âmbito social. Contudo, o Arcebispo de Braga notou que as entidades particulares ou privadas «nem sempre têm o acolhimento a que têm direito e que merecem», seja na área da saúde ou do ensino. D. Jorge Ortiga aproveitou para prestar homenagem aos utentes daquela residência e aludiu para a importância da doação e entrega. «Estas pessoas idosas amaram, deram o que tinham em condições, por vezes, exigentes e complicadas, agora merecerem receber amor, ternura e carinho», defendeu. A residência, que abriu já há cerca de um ano, acolhe 15 utentes em regime temporário e permanente, a maior parte com dependência. Cada idoso paga uma mensalidade entre 1000 e 1500 euros por mês, sendo a jóia de entrada de 25 mil euros. O director técnico, Carlos Branco, anunciou que a Resisénior avançará em breve na região de Braga com um serviço domiciliário integrado de cuidados gerontológicos 24 horas obedecendo aos «mais elevados padrões europeus de qualidade». Na inauguração esteve ainda o presidente da Sociedade Galega de Geriatria e Gerontologia, Miguel Vasquez Vasques, o director do Centro de Emprego de Braga, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila Verde, o presidente da Associação Comercial de Braga, entre outros convidados.

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