Sínodo: Diálogo à volta de mesas redondas tem «dimensões proféticas» (c/vídeo)

Teólogo Juan Ambrosio esperava «mais clareza no mapeamento das questões» debatidas na assembleia sinodal

Lisboa, 06 nov 2023 (Ecclesia) – O teólogo Juan Ambrosio disse que esperava “mais clareza no mapeamento das questões” debatidas na Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos e afirmou que, num mundo polarizado, o diálogo em torno de mesas redondas tem “dimensões proféticas”.

“No mundo em que estamos, tão polarizado, não dividido, tão cheio de tensões, inclusivamente dentro da Igreja, esta imagem que, durante um mês, é possível sentar-se, escutar, fazer um esforço por atender ao argumento do outro, isso não pode deixar de ser positivo. Este testemunho, por si só, pode ter traços e dimensões proféticas”, afirmou.

Foto: Ricardo Perna

Em declarações transmitidas hoje no programa Ecclesia, na RTP2, Juan Ambrosio disse que as mesas redondas são mais do que “folclore” e a imagem dos membros da assembleia sinodal sentados a dialogar é muito positiva e constitui uma “experiência, por si só, muito importante” e “é um passo fundamental a fazer-se”.

Para o professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, as propostas saídas da assembleia do sinodal “sabem a pouco” porque não oferecem “clareza” no mapeamento das questões debatidas, indicando genericamente que é necessário “continuar a refletir”.

 “Não era este o momento de tomar grandes decisões. Mas fará algum sentido dizer de que esperávamos um pouco mais de clareza no mapeamento das questões”, sublinhou

Juan Ambrosio refere uma “convocatória interessante à reflexão teológica”, convocando também as Ciências Humanas, a Filosofia e o Direito Canónico, notando um “grande silêncio” em relação às Ciências Naturais e aos “temas Laudato si”.

“Há um enorme receio em ousar caminhos novos”, afirma Juam Ambrosio, certo de que a “Igreja é verdadeiramente poliedra”.

“Talvez num segundo momento possamos ir mais longe”, afirmou, acrescentando que houve a preocupação pela “unidade e a comunhão”, por “não extremar posições para que não se fira de uma maneira grave a comunhão”.

Juan Ambrosio referiu-se também aos próximos passos, à continuidade do diálogo sinodal nas comunidades, em cada país, afirmando que “é absolutamente necessário que as comunidades se voltem a envolver” e que são necessárias “indicações a esse respeito”.

Entre os dias 4 e 29 de outubro, decorreu no Vaticano a primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema ‘Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão’, que vai continuar, em 2024, por decisão do Papa Francisco.

HM/PR

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Agência ECCLESIA

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