Colégio do Minho está a realizar uma «auscultação sinodal» para perceber quais são as suas reais necessidades
Viana do Castelo, 24 out 2023 (Ecclesia) – O Colégio do Minho, da Diocese de Viana do Castelo, está a promover um “mini-sínodo” inspirado na Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, que está a decorrer em Roma até 29 de outubro, para reorganizar a pastoral na comunidade escolar.
“É um ‘mini-sínodo’ com ‘mini-cristãos’ e estamos a tentar que o Espírito Santo também possa ser escutado a partir de jovens que, muitas vezes, são colocados fora daquilo que são as rotinas habituais das assembleias dominicais e das nossas paróquias”, disse o padre João Basto, professor no Colégio do Minho, à Agência ECCLESIA.
A escola católica está a realizar uma “auscultação sinodal”, junto dos alunos mais velhos para perceber quais são para eles as necessidades do colégio, e quer ouvir também professores, educadores funcionários e pais.
“O contexto que nós temos no colégio é de jovens que muitas vezes não se sentem escutados pela Igreja. E acreditávamos que se fizéssemos ou replicássemos aquilo que têm sido os sistemas de organização pastoral, muitas vezes ligados a uma dimensão muito hierarquizada da vida da Igreja e da sociedade, estaríamos a não permitir que estes jovens fossem escutados”, explica.
Segundo o docente, os trabalhos apontam para uma nova atitude de proximidade junto da comunidade educativa: “Todos juntos, fazemos e somos o povo de Deus, caminhamos em conjunto, e não fazemos um processo de autoridade para conseguirmos viver a fé”.
“Desde cedo nós percebemos que seria insuficiente fazermos algo no colégio ou alguma mudança que não passasse pela auscultação”, afirma.
O professor do Colégio do Minho adianta que já começaram a chegar muitas respostas à auscultação que surpreenderam os responsáveis.
“Por exemplo à pergunta: ‘O que é que o colégio deve fazer, deve valorizar? Os jovens não respondem com pequenas coisas. Muitas vezes respondem com grandes valores. ‘O colégio precisa de investir na empatia, precisa de continuar a ser uma comunidade de amizade’. Isso mostra-nos como os jovens valorizam esta dimensão de serem percebidos também de dentro e não unicamente como instrumentos e peões da nossa atividade”, destaca o padre João Basto.
Sobre o papel da comunicação na mudança em curso e na vivência religiosa, o padre João Basto considera que esta área tem “um papel muito importante”.
“A diocese tem um papel importante em dar outros critérios ao mundo jornalístico para compreender a realidade”, declara.
O também membro da equipa formadora do Seminário Diocesano Frei Bartolomeu dos Mártires, diretor do Secretariado Diocesano da Comunicação Social e diretor do jornal diocesano Notícias de Viana revela que está em curso “um plano de reforma da presença” da diocese “não só nas redes sociais, mas na imprensa”.
“A diocese tem um jornal e, neste momento, está também num processo de readaptação e compreensão de que forma é que hoje pode ser uma presença na imprensa de uma maneira atualizada, mas seguindo sempre uma máxima que é uma máxima muito presente no processo sinodal, que é: ‘a fidelidade à tradição exige mudança’”, avança.
As vivências sinodais na Diocese de Viana do Castelo foram apresentadas no programa Ecclesia deste sábado, na Antena 1.
PR/LJ