Sínodo: Cardeal pede «paciência e esperança», perante questões sobre primeira sessão da assembleia

Participantes destacaram necessidade de dar continuidade ao processo iniciado em 2021, nas comunidades católicas

Secretaria do Sínodo

Cidade do Vaticano, 17 out 2023 (Ecclesia) – O cardeal Cristóbal López Romero, arcebispo de Rabat (Marrocos), disse hoje no Vaticano que os católicos devem acompanhar com “paciência e esperança” os trabalhos da assembleia sinodal em curso, sem esperar resultados imediatos.

“Não esperem soluções ou decisões nesta etapa”, sublinhou o religioso espanhol, um dos participantes no encontro diário com a imprensa.

A primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema ‘Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão’, começou a 4 de outubro; Francisco decidiu que a mesma terá uma segunda etapa, em 2024.

O arcebispo de Rabat começou por partilhar com os jornalistas uma impressão “fundamentalmente positiva” do Sínodo, alertando, em seguida, que é irreal “esperar que se falem de todos os temas que preocupam a Igreja”, atualmente.

D. Cristóbal López Romero admitiu que, entre os participantes, há quem persista numa imagem muito “autorreferencial” de Igreja, ao contrário do que tem pedido o Papa Francisco.

Da Austrália, D. Antony Randazzo, bispo de Broken Bay, destacou aos jornalistas a experiência de “profunda escuta”, neste Sínodo, e a importância de ir além da “forma europeia de pensar” a Igreja.

“A Igreja na Oceânia engloba um quinto do território do planeta e a maior parte é água”, precisou.

O jesuíta nigeriano Agbonkhianmeghe Emmanuel Orobator, professor de teologia nos EUA, destacou que o processo sinodal deve trazer “algo de novo” na forma de viver nas comunidades, promovendo a centralidade da “escuta, diálogo e discernimento”.

O verdadeiro “teste”, acrescentou, vai acontecer nos próximos anos.

“O processo vai ser mais importante do que o resultado”, observou o padre Agbonkhianmeghe Emmanuel Orobator, destacando a dimensão “consultiva” do Sínodo

Renée Ryan, docente de filosofia e teologia, da Austrália, falou de uma experiência “espiritual”, admitindo a necessidade de maior aprofundamento teológico em vários assuntos, incluindo a do diaconado feminino.

A professora universitária lamentou, no entanto, a “demasiada ênfase” dada à questão do sacerdócio, convidando a pensar nas necessidades das mulheres de todo o mundo, na sua vida familiar e profissional.

Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a Comunicação (Santa Sé), rejeitou a ideia de que o processo sinodal esteja parado, sem responder às questões levantadas durante a fase de consulta das várias comunidades católicas, nos cinco continentes.

“Estamos a meio do caminho”, realçou, apontando à produção de um documento de síntese que vai ser “restituído ao Povo de Deus”.

Os trabalhos desta sessão decorrem até 29 de outubro e as reflexões são desenvolvidas em 35 grupos de trabalho linguístico (círculos menores), constituídos por 11 pessoas e um “facilitador”, incluindo um grupo de língua portuguesa.

Aos 365 votantes, entre eles 54 mulheres, somam-se, sem direito a voto, 12 representantes de outras igrejas e comunidades cristãs (delegados fraternos), oito convidados especiais e colaboradores da Secretaria-Geral do Sínodo.

OC

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Agência ECCLESIA

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