Bispo de Vila Real fala do seu transplante cardíaco

Há pouco mais de um mês, o Bispo de Vila Real, D. Joaquim Gonçalves, foi submetido a um transplante de coração, no Centro de Cirurgia Cardiotorácica dos Hospitais da Universidade de Coimbra. A recuperar da operação, ainda nesta cidade, o prelado escreve no semanário regional A Voz de Trás-os-Montes sobre a forma como viveu esta delicada situação, admitindo que uma “enorme tensão e curiosidade intelectual” rodeiam o transplante. “Frequentemente, as pessoas perguntam pelas dores físicas. São muito poucas. Mais perturbadora é a hora da informação prestada pelo cirurgião ao candidato no encontro preparatório”, admite. “Quero agradecer o interesse das muitas pessoas que me acompanharam de perto, a muita oração de grupos e comunidade, e o encorajamento de médicos e enfermeiros conhecedores do meu estado clínico. Sem esse estímulo, não sei se teria avançado”, diz ainda. O prelado apresenta uma reflexão sobre a pessoa do dador. “Da minha parte, desde que fui inscrito na lista dos candidatos ao transplante, comecei a rezar pela pessoa cujo coração, mesmo depois da sua morte, me iria proporcionar mais alguns anos de vida, e pedi a Deus que a recompensasse. Hoje essa pessoa sem rosto faz parte dos amigos por quem habitualmente se reza. Entrou no grupo”, assinala. Depois de toda a experiência que viveu nestes dias, D. Joaquim Gonçalves alerta para os perigos que podem surgir “se, ao lado do avanço científico e técnico em volta dos transplantes, não existir uma verdadeira antropologia e um sadio respeito pelo corpo humano”.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top