Atualização, novas ferramentas digitais, partilha e troca de experiências são motivações que levam participantes a um dia de workshops
Lisboa, 14 out 2023 (Ecclesia) – O padre Rui Alberto disse hoje que a Igreja deve compreender a realidade em que está inserida e procurar “ferramentas” para comunicar de forma “mais eficiente”.
“Cada tempo tem o seu tempo e necessidades, e na Igreja temos de compreender a realidade e procurar ferramentas para uma comunicação do Evangelho mais eficiente. A compreensão do Evangelho, do destinatário e de nós próprios, é que vai mudando.
Precisamos de competências e é importante juntar diferentes percursos para um casamento feliz”, explicou o padre salesiano à Agência ECCLESIA.
Os Salesianos, no Estoril, estão a acolher a iniciativa «E-vangelizar», um evento de formação pastoral organizado pela Fundação Salesianos e Salesianos Editora com o objetivo de contribuir para a formação pessoal de educadores de crianças e jovens, tendo juntado catequistas e animadores de grupos de jovens interessados em “aprender formas de cativar as crianças e os jovens”.
Fátima Bento, catequista em Mafra, participa no encontro porque entende a necessidade de se “atualizar” em “ideias e experiências”.
“A capacitação é importante porque as crianças são exigentes e colocam perguntas mais difíceis e a catequese tem de se desenvolver com isso”, explica.
Também Diogo Baleia, de Mafra, participa no encontro com o objetivo de procurar maior formação para o seu papel de catequista.
“Hoje damos a catequese que as crianças não recebem em casa. Complementamos e temos de reforçar o trabalho que não acontece em casa. Temos que adaptar e conhecer as crianças, elas precisam de mais atenção e precisam de ser cativadas”, traduz.
As ferramentas digitais são hoje uma “oportunidade” disponibilizando conteúdos que devem ser aproveitados na catequese, explica João Fialho, formador no workshop de técnicas e ferramentas digitais na catequese.
“Importa capacitar catequistas e animadores de grupos para o que faz parte do dia-a-dia dos jovens e adolescentes que andam nos grupos: portátil, tablet e smartphone no bolso”, explica.
Reconhecendo que este mundo digital apresenta “vantagens e desvantagens”, indica, no entanto, que se o caminho for de superação das desvantagens, a possibilidade de estabelecer uma rede é significativa.
“Aqui conseguimos fazer tudo o que fazíamos no papel recorrendo a ferramentas online, aplicações e sites, e até à inteligência artificial que conseguimos usar. Na pandemia muitas redes foram criadas a partir das redes digitais. Devemos aproveitar o que temos para conseguir uma melhor catequese dos jovens”, incita.
Com uma experiência de alguns anos a organizar o «E-vangelizar», o padre Rui Alberto indica que esta formação não se quer sobrepor às iniciativas formativas das diocese, mas complementar.
“Esta proposta não é sistemática, que cabe às dioceses fazê-lo, mas pode complementar e enriquecer. A experiência dos workshops junta pessoas que estão dá décadas na catequese e outras que começaram recentemente, numa troca e partilha muito boas”, reconhece.
“A nossa intuição é fazer as pontes entre a evangelização e a sua comunicação. Mas tb à dimensão educativa. O evangelho usa ferramentas diferentes. A atenção a realidade do destinatário, a compreensão do outro. Ir buscar outras fontes de saber que nos ajudam a anunciar melhor”, acrescenta ainda.
Os espaços de formação duram cerca de 70 minutos e cada participante pode escolher os que considerar mais adequados e interessantes ao seu percurso, estabelecendo “o seu currículo, ampliando a experiência e partilha com outros”.
Marta Esteves, responsável pelo workshop de técnicas e dinâmicas de grupo, indica a importância de cada animador ou catequista “conhecer o seu grupo” e responder a essa realidade específica.
“Se nos entrosamos, se conhecemos as suas fragilidades e capacidades, conseguimos cativar e levar o grupo a atingir o grupo pretendido. Se levo conceitos pré-feitos, nunca vou conseguir conhecer o grupo”, reconhece.
Nuno Almeida, participa com o filho e a mulher – todos catequistas em Alenquer – numa oportunidade de se desafiar e desenvolver humana e espiritualmente.
“Há novos desafios, novas famílias, a sociedade tem novos desafios e os catequistas podem ajudar a suprimir desafios em casa. Somos mais um elemento para ajudar as famílias a catequizar, somos apoio das famílias”, explica.
HM/LS