Ousar viver a unidade

Há muito que a Igreja percebeu a necessidade de uma nova evangelização. Há que dar passos efectivos no caminho dessa redescoberta do Evangelho e a história já nos provou que somos mais fortes e melhores quando somos capazes de caminhar juntos. Não foi assim nas primeiras comunidade cristãos? Não veio Jesus Cristo para todos, gregos e gentios? Não nos disse que éramos o seu corpo e que as diferentes partes do corpo não poderiam viver sozinhas? Vivemos hoje numa Europa que se quer cada vez mais unida. Assinam-se tratados e convenções, mas a verdadeira unidade não se estipula por decerto. Ensinam-se os nossos jovens a pensar a sua vida profissional e pessoal para além dos limites de Vilar Formoso ou Caia. As fronteiras há muito que caíram. Alegremos-nos com esta unidade e sejamos capazes de a viver também na Igreja de Jesus Cristo mesmos com as diferentes confissões. Afinal o que nos une é muito mais do que nos separa. Em Taizé há uma comunidade de irmãos que todos os dias faz a experiência da unidade e do encontro da diversidade. Uma diversidade que não é diferença nem separação mas que nos enriquece. Por estes dias, cento e vinte alunos dos Colégios e Obras da Religiosas do Sagrado Coração de Maria (RSCM) em Portugal, foram a Taizé, uma pequena aldeia em França onde há muitos anos o irmão Roger fundou uma comunidade eucuménica, que permite ir ao encontro das fontes do Evangelho num espírito de reconciliação e unidade dos cristãos. Estar atento aos sinais dos tempos e ousar uma nova evangelização é ser capaz de alargar os horizontes sem perder o essencial. E o essencial é Jesus Cristo!Foi essa a experiência que vivemos em Taizé. Acima do encontro cultural, geracional, ou linguístico, todos entendem e se entendem no silêncio da oração ou nos Cânticos meditativos. Numa enorme simplicidade que surpreende e desafia ao mesmo tempo, os irmãos acolhem cada um com uma bondade de coração que se “coloca” à nossa pele e deixa vontade de ser assim. Em Taizé reza-se três vezes ao dia, trabalha-se, partilham-se os textos bíblicos e respira-se um espírito de reconciliação e esperança. De Taizé regressa-se com a vontade de redescobrir a intimidade com Deus e ousar viver a unidade, sem processos históricos para determinar quem errou ou ainda erra. Nas palavras do Padre Jean Gailhac, o fundador das RSCM, e neste inicio de Quaresma, voltámos com a determinação que “Jesus Cristo seja tudo em nós”. Luís Pedro de Sousa

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