Diocese do Porto atenta aos desafios da pastoral da saúde

A diocese do Porto aposta na formação de pessoas ligadas à Pastoral da Saúde. Esta formação tem em vista a colaboração do doente na pastoral, enquanto evangelizador mas também abrir novas formas de trabalho, para que a Igreja não vote a pessoa a uma caridade simplista mas olhe para o doente como pleno sujeito de direitos. Assinalando o Dia Mundial do Doente, a diocese do Porto entregou diplomas aos 45 participantes do II Curso de Pastoral da Saúde, organizados pelo Secretariado Diocesano da Pastoral da Saúde e pelo Centro de Cultura Católica do Porto. Esta formação preparou visitadores paroquiais de doentes e cooperadores voluntários de Capelania Hospitalar. Esta segunda formação iniciou-se em Fevereiro de 2007, tendo a sua fase lectiva decorrido até Junho. A partir de Outubro desenvolveu-se a fase de estágio no lugar de inserção pastoral de cada formando. Enquanto 45 formandos recebiam o diploma, 150 ministros extraordinários da comunhão davam início à terceira edição do curso, este a desenvolver-se em três pólos da diocese – Porto (Torre da Marca), Paredes (Castelões de Cepeda) e São João da Madeira. Os novos participantes no curso reflectem a crescente atenção à problemática da Pastoral da Saúde na Diocese do Porto e o esforço da organização do curso em o aproximar das comunidades cristãs. O Pe. Adélio Abreu, director do Centro de Cultura Católica, presente na sessão saudou os formandos e enalteceu os projectos formativos que “vão contribuindo para que a Pastoral da Saúde adquira uma consistência própria na organização das comunidades cristãs e seja animada por fiéis competentes na missão que lhes é confiada”. Américo Azevedo, vice-presidente do Secretariado da Pastoral da Saúde no Porto, afirma à Agência ECCLESIA que a diocese tem mostrado avanços na capacidade de entender o doente e de com ele trabalhar, mercê do Secretariado Diocesano da Pastoral da Saúde e dos movimentos laicais. O vice-presidente do Secretariado diocesano da Pastoral da Saúde acredita que as formações “vão preparar pessoas para o encontro com o doente e perceber que mais do que levar a comunhão vão ser comunhão com o doente”. Quem faz parte desta pastoral deve “estar preparado para trabalhar de forma mais séria e digna junto dos doentes”, pois enquanto pessoa “o doente quer fazer parte integrante da comunidade a que pertence e não ficar sujeito de uma «caridadezinha»”. “O doente quer um lugar igual a qualquer outra pessoa”. Ao receber cuidados de saúde, ele pode ser também evangelizador junto de quem lhe presta cuidados, “dando um testemunho vivo”. Américo Azevedo, doente crónico e deficiente, explica que a Igreja tem tendência a olhar para o doente “como um privilegiado. Alguém que Deus ama, mas esta filosofia não é favorável para que o doente se sinta acolhido”. A Igreja responde com “pieguice barata dizendo que Deus está connosco”. Mas isto não chega. “É preciso que o homem esteja com o doente”, enquanto leigo, enquanto padre, ou visitador. “O sofrimento não tira o direito de viver com dignidade, porque pode inclusivamente ser um acréscimo à vida de cada um”, sublinha Américo Azevedo. Inserido no contexto desta Jornada Diocesana do Dia Mundial do Doente, o Secretariado Diocesano da Pastoral da Saúde publicou na edição da Voz Portucalense, jornal diocesano do Porto, a primeira página especial da Pastoral da Saúde. Este é o primeiro passo do que pretende ser uma presença regular, quer junto dos doentes que encontram no semanário diocesano uma companhia constante, quer junto de quantos vivem, como profissionais ou voluntários, a exigência de conjugar a fé com os desafios do mundo da saúde. Este objectivo quer “despertar a diocese para a realidade dos doentes. Quem não aparece esquece ou é ignorado”, lembra Américo Azevedo, por isso este é uma forma de dar a conhecer o trabalho desenvolvido e provocar nos diocesanos interesse e quem sabe, despoltar novas iniciativas.

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