A Conferência Episcopal da Colômbia pede às FARC, organização guerrilheira, que «responda ao clamor do povo» e liberte «todos os sequestrados». No comunicado final da Assembleia Plenária, na qual aborda principalmente a situação das pessoas privadas de liberdade pelas FARC, os bispos colombianos realçam que fixam a sua «posição e compromisso em relação aos últimos factos que preocupam o país». Em seis breves pontos, indicam em primeiro lugar que, tal como expressou o seu presidente, no discurso de abertura da Assembleia, «a Igreja Católica, com autonomia e independência, esteve e estará sempre disposta a promover, facilitar e acompanhar todos os processos que possam conduzir à construção de uma Colômbia reconciliada, em paz e com justiça social». Acrescentam que «esta decisão está motivada por nossa fé e compromisso de crentes: o valor da vida, o respeito pela dignidade humana, as exigências evangélicas de perdão e reconciliação, o respeito dos direitos humanos e sobretudo, a caridade que nos obriga a actuar em favor dos irmãos que sofrem». Sublinham que lhes dói particularmente a situação dos sequestrados que, «além de ser privados injustamente da liberdade, são submetidos a tratos inumanos e a condições de vida que estão abaixo das mais elementares exigências dos direitos humanos». Os bispos reiteram sua oferta de mediação: «Fazemos um chamado às FARC para que respondam ao clamor do povo colombiano e de mundo e acolham nossa proposta de Diálogo para concertar uma área de encontro que permita ao Governo e aos delegados das FARC acordar os termos da libertação dos sequestrados». Expressam também sua preocupação pela «crescente deterioração das relações com o vizinho povo da Venezuela». Recordam que se trata de «dois povos irmãos, com uma história comum, com relações económicas, sociais e culturais e com uma população que vive e trabalha em um ou outro país». Redigido ao término da Assembleia Plenária, realizada de 28 de janeiro a 1 de fevereiro, o comunicado dos bispos colombianos tem data de 1º de fevereiro, e está assinado pelo seu presidente, D. Luis Augusto Castro Quiroga. É, portanto, anterior à manifestação celebrada em 4 de fevereiro passado em mais de 130 cidades de todo o mundo, na qual participaram milhões de pessoas, contra os sequestros das FARC.