Vaticano: «Foi uma conversa particularmente interessante», afirma António Costa sobre o encontro com o Papa

Migrações, alterações climáticas, desigualdades e paz foram temas do diálogo de Francisco com o primeiro-ministro de Portugal

Cidade do Vaticano, 28 set 2023 (Ecclesia) – O primeiro-ministro de Portugal foi recebido hoje em audiência pelo Papa Francisco, no Vaticano, onde agradeceu a “realização da JMJ” e tiveram uma “conversa particularmente interessante” sobre temas atuais como “migrações, alterações climáticas, desigualdades e paz”.

“Foi também uma oportunidade de ouvir o Papa Francisco sobre os temas que tem dado particular atenção, a questão das migrações, das alterações climáticas, das desigualdades, a questão da paz”, disse António Costa, aos jornalistas, sobre “uma conversa particularmente interessante”.

O primeiro-ministro de Portugal foi recebido pelo Papa Francisco para agradecer a “escolha de Portugal para a realização da JMJ”, e lembrou a “energia, alegria”, de todos que acorreram à edição internacional da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, de 1 a 6 de agosto.

António Costa ofereceu ao Papa um álbum com duas fotos simbólicas da Jornada Mundial da Juventude de Lisboa; segundo as estimativas oficiais, as celebrações conclusivas da JMJ, no Parque Tejo, reuniram 1,5 milhões de pessoas, sob a presidência do Papa Francisco.

Este sábado, dia 30, o Papa Francisco preside ao consistório de criação de 21 novos cardeais, onde se inclui o bispo português D. Américo Aguiar, que foi o coordenador-geral da organização da Jornada Mundial da Juventude 2023, e Portugal passa a ter seis cardeais no Colégio Cardinalício, destes quatro são eleitores.

“Isso fortalecerá decisivamente a relação entre Portugal e a Santa Sé”, afirmou António Costa, que começou por recordar a “relação secular, que tem sido sempre muito positiva e rica entre a Santa Sé e Portugal”.

“Acho que é um motivo de grande orgulho hoje termos a maior representação de sempre no número de cardeais, quatro eleitores, dois bastantes jovens, seguramente serão cardeais por muitas décadas. É um sinal importante que o Papa Francisco tem dado e que dá também no sentido de renovação e de rejuvenescimento da Igreja”, desenvolveu o primeiro-ministro de Portugal.

A Sala de Imprensa da Santa Sé informa que, depois da audiência com o Papa Francisco, António Costa reuniu com secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, e D. Paul Gallagher, secretário para as Relações com os Estados e as Organizações Internacionais.

“Foi louvada a eficiente colaboração na organização da Jornada Mundial da Juventude e da visita que Sua Santidade realizou a Portugal, de 2 a 6 de agosto de 2023. Foi referida depois a positiva contribuição da Igreja na sociedade portuguesa no atual contexto sociopolítico e outras questões de interesse comum”, desenvolveu o comunicado do Vaticano, referindo que também conversaram sobre a situação internacional, “com particular atenção às consequências da guerra na Ucrânia e o fenómeno das migrações”.

António destacou que tem tido a “oportunidade” de encontrar o cardeal Pietro Parolin “com muita frequência” em vários eventos internacionais, com das Nações Unidas, das COPs, e destacou três temas as questões da guerra, das migrações e das alterações climáticas.

“São temáticas que são questões centrais da vida das nossas cidades e é muito importante olhar para elas com grande sentido de humanidade, e sobretudo com uma grande inspiração com os valores que devem reger a forma como temos de tratar dos desafios, que são difíceis, mas que não podemos virar as costas nem deixar ninguém para trás”, acrescentou, destacando a publicação da nova exortação do Papa, “sobre as alterações climáticas”, e a “declaração muito importante sobre migrações na deslocação a Marselha”.

Sobre a guerra na Ucrânia, no contexto das posições da Santa Sé e da União Europeia, que é mais de apoio à Ucrânia, primeiro-ministro de Portugal assinalou que “naturalmente, o múnus próprio da Santa Sé é diferente daqueles dos Estados”.

“Todos convergimos na mesma vontade que haja paz, e que seja justa, duradoura, e chegue tão rápido quanto possível. O caminho para a paz cada um procura através dos seus próprios caminhos e é muito importante a mensagem que a Santa Sé tem transmitido, a mediação que tem desenvolvido – a entrega de crianças ucranianas que estavam na Rússia, o papel importante no acordo de exportação de cereais”, desenvolveu.

“Quanto ao essencial a vontade de rapidamente chegarmos à paz, que preserve e defenda o Direito Internacional essa é uma convergência total”, afirmou António Costa, aos jornalistas, no Vaticano.

Parceria Consistório e Sínodo/CB

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Agência ECCLESIA

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