Amaro Franco, o peregrino português que está a caminho de Jerusalém, chegou Domingo a Roma e deverá participar hoje numa missa celebrada pelo Papa Bento XVI. Segundo um comunicado da Associação Espaço Jacobeus (AEJ), Amaro Franco pretende entregar ao Santo Padre uma «peça símbolo desta peregrinação». Trata-se de uma «caravela vianense em filigrana, manufacturada especialmente para esta ocasião». O mesmo comunicado informava que Amaro Franco ia «ser recebido, em audiência particular, pelo cardeal Angelo Comastri, arcipreste da Basílica de São Pedro». Esta informação foi mais tarde, noutro comunicado, desmentida. A responsável da associação que apoia logisticamente esta peregrinação adiantou que Amaro Franco vai ficar alojado no Colégio Pontifício Português, em Roma. A paragem serve para retemperar as forças, referiu. Contactada pelo DM, Sílvia Santos defendeu que «chegar de Braga a Roma a pé não é para toda a gente». A dirigente mostrou ainda a sua indignação relativamente ao facto de, durante o caminho percorrido por Amaro Franco, muitas portas se terem fechado. «Houve, inclusivamente, padres que recusaram dar guarida ao peregrino», disse. Interrogada quanto ao futuro da peregrinação, a presidente da AEJ revela a sua «esperança e confiança» no bom termo da viagem. «Conhecendo o Amaro como conheço, sei que o desconhecido que se abre agora à frente será para ele um desafio e uma aventura grande», afirmou. Contudo, a diferença de culturas, a diversidade da língua, a ausência de contactos poderão trazer dificuldades à viagem, como reconheceu a dirigente. Depois de Roma, como indica o itinerário previamente estabelecido, Amaro Franco vai seguir para Assis, São Marino, Florença e Veneza, onde deverá chegar em Março. O problema e o “vazio” vêm a seguir: «Depois, segue pela Eslovénia (Ljubljana), Croácia (Zagreb), Sérvia (Belgrado e Nîs), Bulgária (Sofia e Plovdiv), Turquia (Istambul, Eskisehir, Konya e Adana), Síria (Halab), Líbano, Israel e Palestina (Belém) », como se pode ler em http://amarofranco.wordpress. com/itinerario/. Recorde-se que Amaro Franco partiu de Braga a 4 de Outubro do ano passado. Em relação às despesas, e falhado que foi o projecto de financiamento inicial, o “Peregrino de Jerusalém” tem recebido apoios através de uma conta bancária. Mas os cerca de 3.500 euros recebidos não cobrem as despesas, que vão em mais de 6.500 euros. Neste sentido, Sílvia Santos disse que a diferença tem sido suportada pelo Amaro Franco. No entanto, a AEJ está a pensar em algumas actividades que possam ajudar à concretização da peregrinação.