Papa assinala 109.º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, destacando direito a viver «dignamente» na própria terra
Cidade do Vaticano, 24 set 2023 (Ecclesia) – O Papa assinalou hoje no Vaticano o 109.º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, sublinhando que a decisão de deixar a própria terra deve ser uma escolha “livre”.
“Migrar deveria ser uma escolha livre, nunca a única possível. Hoje, para muitos, o direito de migrar tornou-se uma obrigação, enquanto deveria existir um direito a não migrar, para permanecer na própria terra”, disse, após a recitação da oração do ângelus, desde a janela do apartamento pontifício.
Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, Francisco refletiu sobre o tema que escolheu para a celebração de 2023, ‘Livres de escolher se migrar ou ficar’, defendendo a necessidade de oferecer a todas as pessoas a “possibilidade de viver uma vida digna na sociedade em que se encontram”.
Infelizmente, miséria, guerras e crise climática obrigam muitas pessoas a fugir. Por isso somos todos chamados a criar comunidades prontas e abertas a acolher, promover, acompanhar e integrar os que batem à nossa porta”.
O Papa recordou que o tema das migrações esteve em debate nos ‘Encontros do Mediterrâneo’, em Marselha, “cruzamento de povos e culturas”, tendo participado na sessão conclusiva, este sábado.
Francisco aludiu à situação na Itália, depois de nas últimas semanas terem chegado cerca de 10 mil migrantes à ilha de Lampedusa.
O Papa agradeceu aos bispos da Conferência Episcopal Italiana, que “fazem de tudo para ajudar os nossos irmãos e irmãs migrantes”.
A mensagem para Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, divulgada pelo Vaticano para esta data, destaca que “conflitos, desastres naturais ou, simplesmente, a impossibilidade de levar uma vida digna e próspera na própria terra natal obrigam milhões de pessoas a partir”.
O texto, assinado por Francisco, pede o fim da “corrida armamentista, o colonialismo económico, a pilhagem dos recursos alheios, a devastação da casa comum”.
“Os migrantes fogem por causa da pobreza, do medo, do desespero. Para eliminar estas causas e assim acabar com as migrações forçadas, é necessário o empenho comum de todos, cada qual segundo as próprias responsabilidades; empenho esse, que começa por nos perguntarmos o que podemos fazer, mas também o que devemos deixar de fazer”, sustenta.
OC