Sessão académica celebrativa marcada pela internacionalização A Universidade Católica Portuguesa vai recorrer a instâncias europeias para solucionar o problema do corte de financiamento do Estado. A garantia foi dada por Braga da Cruz, Reitor da Universidade Católica Portuguesa. Braga da Cruz sublinhou que as normas da “livre e leal competição”, que devem acompanhar o processo de europeização da educação, “não estão a acontecer” e “Portugal, pela deslealdade e desigualdade de condições de actuação e competição entre as universidades, tem a mais grave situação de todo o espaço europeu”. “A paciência com que temos aguardado uma situação justa”, as “sucessivas propostas apresentadas aos governos para correcção das discussões, têm vindo a diminuir”. O Reitor da UCP apontou a “possibilidade de apresentar o problema, que é europeu, às instâncias da UE que velam pelas regras da concorrência”. O Desafio da Internacionalização e o desejo de tornar a UCP uma “universidade aberta ao mundo”, foram as tónicas do discurso de Braga da Cruz, na Sessão Académica para celebrar o aniversário da UCP, que se assinala Domingo, dia 3. A universalidade da universidade encontra “plena adequação na universalidade da fé católica, ambas obrigam à abertura, ao alargamento de horizontes, ao aprofundamento das questões até às respostas últimas”, nomeadamente porque “o conhecimento da verdade tem como finalidade o conhecimento do bem”. “A educação que nunca foi política”, afirmou o Reitor que evidenciou, no entanto estar a “mobilizar cada vez mais a atenção das autoridades europeias, pela importância que assume no desenvolvimento económico e social, quer no processo e integração política”. A UCP quer apostar na internacionalização. Braga da Cruz evidenciou a necessidade de, para isso, reforçar a “investigação científica e internacionalizá-la, integrando grupos de investigação transnacional”. A UCP quer apostar no intercâmbio de alunos e professores e valorizar cada vez mais o intercâmbio europeu do programa Erasmus. Nesse sentido vai construir residências no Campus da Palma de Cima, em Lisboa, e no Campus de Sintra. A Universidade Católica está também “fortemente empenhada” no intercâmbio com a América do Norte, através da Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento. “Cada vez mais formamos para o mundo, não para a realidade próxima”, denunciou Braga da Cruz. “Temos vantagens comparativas de tipo climático e económico que podemos explorar se soubermos rivalizar em qualidade académica científica e de cultura e identidade institucional”. O Reitor da UCP afirmou também que, através da lei do mecenato, vão procurar financiamento estrangeiro, “apresentando projectos de relevância internacionais e solicitando ajuda de pessoas e instituições estrangeiras”. Santa Sé adere ao programa Erasmus D. José Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa e Magno Chanceler da UCP, deu conta que a Santa Sé vai aderir ao Programa Erasmus. A confirmação foi dada na reunião plenária da Congregação para a Educação Cristã, onde D. José Policarpo esteve na passada semana, e da qual é membro. Estão a ser criados noutros continentes projectos idênticos ao Programa Erasmus que estão a criar relacionamentos com o referido projecto. “A Santa Sé, dada a sua universalidade, está em todos”. “A Santa Sé aderiu ao projecto Erasmus e a essas novas realidades que estão a surgir neste âmbito”, referiu o Cardeal Policarpo admitindo que a Santa Sé e a UCP estão “cada vez mais a ser aceites neste dinamismo”. “A Igreja oferece uma plataforma de universalidade que todos desejam mas que não têm capacidade para tal”, evidenciou D. José Policarpo. Pe. Tolentino Mendonça, professor da Faculdade de Teologia, apontou na oração de sapiência que o perigo do mundo ocidental é que o homem “à vista da grandeza do seu saber e do seu poder, desista da busca da verdade, face à pressão dos interesses e do utilitarismo”. O professor da UCP lembrou que “a missão da universitária perde o seu fundamental e fecundo sentido se ela se demite de uma vinculação à verdade”. “O Cristianismo tem muito a dizer à presente hora da UCP”, numa altura de revisão de modelos e discernimento face às novas possibilidades que a mobilidade e a comunicação oferecem.