Igreja não pode deixar “serrar” os horizontes da esperança

Arnaldo Pinho defendeu, no encerramento da Semana de Estudos Teológicos de Viana do Castelo, que a Igreja «não pode deixar serrar a esperança » e que a sua tarefa primordial deve ser a de encontrar «mediações eficazes e coerentes que acreditem a esperança » num contexto cultural sem Deus e sem valores. O professor da Universidade Católica do Porto começou a sua intervenção com a afirmação de que «é da fé revelada que provém a estrutura do mundo em que vivemos», o que torna os cristãos numa «minoria – não confundir com um conjunto de iluminados – absolutamente imprescindível para a salvação» desse espaço, assegurando que, actualmente, a Igreja é a única que lê e propõe os valores. Por isso, realçou a importância desta «minoria com identidade forte» que partilha a vida de uma sociedade indiferente de onde foram «evacuados» os «grandes dramas do homem» que, curiosamente, mesmo na sua afirmação de não crença não vê satisfeita a «inquietação do coração». Numa análise ao tempo que vivemos, Arnaldo Pinho não escamoteou que a Igreja também tem responsabilidades no avanço da secularização quando no seu seio não deixar «amadurecer» evoluções, como foi a recepção do Concílio Vaticano II que, apenas, criou pequenos sobressaltos, isto porque «desprezamos a sua maturação» e falta de «generosidade para mudanças progressivas». Numa época em que «aqueles de quem se esperava que dessem rumos não o sabem fazer», Arnaldo Pinho anotou que «quem põe as boas questões» quase nunca são os crentes, tendo citado vários comentários às intervenções do Papa que, disse, «é levado a sério» pelos grandes pensadores hodiernos. O futuro, garante Arnaldo Pinho, depende da «qualidade» do testemunho que for dado do Filho de Deus no mundo. D. José Pedreira, numa nota de encerramento da edição de 2008 da Semana de Estudos Teológicos promovida pela Escola Superior de Teologia, do Instituto Católico de Viana do Castelo, manifestou o seu regozijo porque «corresponde a uma necessidade que o Sínodo Diocesano pôs a nu». Os católicos do Alto Minho carecem de uma fundamentação da sua fé, daí que o Bispo de Viana do Castelo veja nesta e noutras acções semelhantes uma forma de responder aos desafios de formar melhores cristãos para um testemunho coerente e persistente no mundo actual.

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Agência ECCLESIA

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