Falta um plano nacional da Igreja para a juventude. A Igreja traçou um plano até ao final da catequese, mas depois dessa etapa “falta um itinerário comum que dê um sinal de unidade”. Esta constatação é apontada pelo Director do Secretariado da Pastoral Juvenil do Porto, o Pe. Luís Mateus. Algumas respostas começam a surgir, exemplo disso é o GPS, uma proposta dos Salesianos, ou o Mais Dez, um itinerário para a formação dos jovens destinado a animadores e agentes da pastoral, proposto pelo Pe. Adérito Barbosa, mas “andamos um pouco à deriva e há necessidade de um sinal de unidade”, reconhece o Pe. Luís Mateus à Agência ECCLESIA. Tentando apostar na unidade que passa pela necessária formação de animadores, a Pastoral Juvenil do Porto está a organizar a estrutura de formação a partir dos Cursos de Iniciação para os Animadores, que compreendem três blocos formativos ao longo de cerca de ano e meio. “Queremos traçar um caminho de vivência para a diocese e para os jovens, que nunca terá menos de três anos”, perspectiva o Director do Secretariado, para que “haja um projecto com continuidade com os jovens formados”. O plano para os jovens “tem de ser uma aposta de toda a diocese”, valoriza o Pe. Luís Mateus. Esta aposta na formação segue a linha recomendada pelo Conselho Pastoral Diocesano, reunido a 16 de Janeiro, na presença dos Bispos diocesanos, que decidiu apostar na dinamização da pastoral juvenil, no próximo quinquénio (2008-2013). Os jovens, também eles reunidos em Conselho Diocesano da Juventude, reflectiram na necessidade e urgência de missão, um dos pontos focados por Bento XVI na sua Mensagem para a XXIII Jornada Mundial da Juventude, em Sidney, na Austrália. O Pe. Luís Mateus aponta que várias necessidades foram apontadas. “Não só no trabalho próximo com os jovens através de um itinerário formativo junto dos grupos, mas antes também apostar na ligação ao trabalho desenvolvido pela catequese. Este trabalho deve despontar numa responsabilidade enquanto adultos, “na vivência familiar e no trabalho”, aponta o Director. Quanto a metodologias a aposta vai para a formação dos animadores. “Precisamos de pessoas capazes a nível técnico, mas também de vivência cristã, ter uma linguagem acessível aos jovens”. O audiovisual e a linguagem apelativa serão meios de alcance da almejada proximidade, pois são actualmente instrumentos e realidades juvenis. Compromisso social Numa diocese que inclui regiões marcadas por elevados índices de pobreza, esta realidade não é indiferente aos jovens “porque passam também por ela, nas famílias, na dificuldades do emprego”, explica. Este quadro social rouba tempo à disponibilidade participativa dos jovens. E, ao mesmo tempo, ocupados em sair desta realidade, seja na procura de emprego ou no término dos estudos, “não os impulsiona ao compromisso”. “Mas os jovens estão muito vocacionados à acção social, e contamos com eles”, reconhece o Pe. Luís Mateus, garantindo o seu espírito grande de solidariedade. Mas o Director reconhece que é preciso trabalhar a espiritualidade. “Não vivemos só de acção, mas também de contemplação”. Este é o desafio lançado pelo Papa aos jovens. “Não tenham receio de intervir e de se tornar santos”. Numa diocese com 477 paróquias, há uma “forte implantação de movimentos em especial no centro da cidade”. Ligação a Sidney Este ano a reflexão sobre as fases da vida humana acompanha os jovens de forma a congregar a juventude, à volta deste tema, no dia 30 de Março, Dia Diocesano da Juventude. No dia 10 de Maio haverá também uma vigília diocesana de Pentecostes. A 19 e 20 de Julho o Secretariado prepara o “24 horas em contacto com Sidney”. Esta foi a forma encontrada pelo jovens do Porto para participar na Jornada Mundial da Juventude, que este ano decorre na Austrália. 24 jovens da diocese estão a preparar-se para viajar até ao continente australiano, mas como “é muito distante e dadas as condicionantes financeiras” esta é uma forma de “proporcionar uma experiência desta envergadura” a todos quanto gostariam de ir mas têm de ficar. Ficarão com a ligação, via satélite, e poderão participar na Vigília e na Eucaristia com Bento XVI e os jovens de todo o mundo.