O Arcebispo de Braga exortou os finalistas da Universidade Lusíada de Famalicão a serem cristãos nas suas profissões. D. Jorge Ortiga, que presidiu à celebração eucarística de acção de graças do estabelecimento de ensino superior, considerou que um cristão não é um facto de nascimento ou de registo, mas é essencialmente «um fazer-se quotidianamente», o que passa por diversas atitudes e compromissos. «Esquecendo esses mesmos compromissos, com certeza que depois a tentação é abandonar, quase sempre encontrando desculpas nos outros e, por ventura, até atirando desculpas à própria Igreja, quando, ao fim e ao cabo, somos nós que não pomos em prática aqueles compromissos», salientou. Para o prelado, tal como cristão, o curso não nasce, o curso faz-se ao longo da vida profissional. Um estudante que termina os seus estudos necessita, não só de encontrar um emprego, mas também de continuar a sua formação, nunca se contentando com aquilo que adquiriu. Contudo, sustentou, é importante que os finalistas, que agora terminam os seus cursos, se empenhem nos trabalhos que encontrem e que o façam na convicção profunda de quererem ser cristãos. «O cristão é um comprometido, é alguém que mergulha nos reais problemas da sociedade e que se identifica com esses mesmos problemas, que não olha somente para si, e que acredita que a sua vocação é de trabalho e de responsabilidade para que o mundo possa ser melhor», salientou D. Jorge Ortiga. «Se às vezes o cristianimo nos desencanta é porque não queremos interpretá- -lo como ele é nas suas verdadeiras exigências e naquilo que significa. Se tomarmos à letra, ele é verdadeiramente revolucionário e continuará a ser resposta à sociedade de hoje», acrescentou.