Papa alerta para dramas das cidades modernas

Bento XVI recebeu responsáveis pela capital italiana e deixa apelos contra a pobreza e a insegurança Bento XVI deixou esta manhã um alerta para os dramas das cidades modernas, em especial nas suas periferias, falando em especial da pobreza e da insegurança que afectam largas franjas da população. Falando numa “emergência que se agrava”, de forma mais evidente nas “grandes perfierias urbanas”, o Papa mostrou-se preocupado com o facto de a pobreza aparecer “em contextos e situações que pareciam estar imunes”. “O aumento do custo de vida, em especial o preço das habitações, as bolsas persistentes de falta de trabalho e também os salários e as pensões desadequados tornam verdadeiramente difíceis as condições de vida de muitas pessoas e famílias”, apontou. O Papa falava no Vaticano, onde recebeu, esta manhã, os administradores da Região Lazio da Província de Roma, para os tradicionais cumprimentos de ano novo, aos quais falou da “insegurança” e também da “gravíssima degradação de algumas áreas de Roma”. Para ilustrar essas situações, Bento XVI lembrou um caso particularmente mediático, o assassinato em Outubro de 2007 de Giovanna Reggiani, após ter sido torturada em Tor di Quinto, por um cidadão romeno. Neste contexto, aos poderes públicos foi exigida uma “obra constante e concreta” para “garantir a segurança dos cidadãos e assegurar a todos, em particular aos imigrantes, pelo menos o mínimo indispensável para uma vida honesta e digna”. O Papa assegurou que a Igreja quer estar presente “nesta difícil fronteira”, através da Cáritas e de outras organizações de voluntariado, animadas por leigos, religiosos e religiosas. Para Bento XVI, é importante não penalizar as estruturas católicas na área da saúde, “não por interesse da Igreja, mas para não comprometer um serviço indispensável para as nossas populações”. Em defesa da família Numa óptica da “centralidade da pessoa humana”, o Papa considerou que é preciso “enfrentar, a vários níveis, a actual emergência educativa”, dando destaque e apoio “à família fundada sobre o matrimónio”. “A família natural, como íntima comunhão de vida e amor, fundada sobre o matrimónio entre um homem e uma mulher, constitui o lugar primário da humanização da pessoa e da sociedade”, apontou. Retomando o que já tinha afirmado no recente discurso ao corpo diplomático na Santa Sé e na mensagem para o Dia Mundial da Paz 2008, Bento XVI lamentou os “insistentes e ameaçadores ataques e incompreensões em relação a esta realidade humana e social fundamental”. O Papa pediu que as administrações públicas “ofereçam às famílias um apoio convicto e concreto, na certeza de agir assim para o bem comum”. Bento XVI aludiu ainda à “importância decisiva” de que se revestem a educação e a formação da pessoa, “sobretudo na primeira parte da vida, mas também ao longo de todo o arco da existência”.

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