Braga avalia festas religiosas e Visita Pascal

As festas religiosas e a Visita Pascal serão os “temas especiais” a tratar na próxima reunião plenária do Conselho Presbiteral de Braga, a realizar, dias 17 e 18 de Novembro, no Centro Apostólico do Sameiro. Para além do documento sobre a pastoral das vocações, tema de fundo da referida reunião, foram enviados mais dois documentos aos membros do Conselho Presbiteral de Braga que depois deverão ser publicados como notas pastorais como aconteceu em fins de Setembro a propósito da celebração de casamentos fora das igrejas paroquiais. Um deles está relacionado com a Visita Pascal ou Compasso. Uma tradição “fortemente arreigada” no Norte de Portugal e “rica de sentido”, pois “interpela as pessoas, congrega as famílias e gera um clima de são convívio”. Indica-se que o critério da qualidade “é o único a considerar e fomentar” na celebração da Vigília Pascal no Sábado Santo e da Missa do Domingo de Páscoa, assim como na realização do Compasso. E neste aspecto, as prioridades a ter em conta no que se refere às pessoas que fazem a Visita Pascal e, sobretudo, quem a preside. “Não se recorra a seminaristas do Seminário Menor, adolescentes ainda, nem a leigos doutras paróquias, ou antigos seminaristas, vestindo-os de batina ou alva, passando por aquilo que não são. Sabendo que há pessoas que, infelizmente, se prestam para tudo, não podemos esquecer que a Páscoa é Verdade e reclama que sejamos verdadeiros” — diz o texto a ser discutido. O documento não esquece o problema da delimitação das paróquias, ora por causa “da construção de moradias nos terrenos confinantes” ora devido a uma “maior mobilidade dos respectivos habitantes”. É um problema com implicações não só na realização da Visita Pascal mas também na recepção de alguns sacramentos, como o Baptismo e o Matrimónio, nos funerais, na catequese das crianças… Entre as normas, há esta recomendação: “é preferível não se realizar um acto religioso que, embora rico de significado, não é essencial para a vida cristã, do que dar um exemplo triste de público desentendimento, porventura com risco de violência e de cenas desagradáveis”. Porque tal já tem acontecido, o Conselho Presbiteral deverá também dar parecer positivo às novas “orientações pastorais” acerca das festas religiosas. Recorda o que foram outrora — agora “o Santo é um mero pretexto” para se fazer festa, constata-se —, determina quem as deve promover — sempre com o consentimento do pároco —, e lembra que a Eucaristia é o “ponto alto” da festividade. Recordando e explicitando as normas já em vigor desde Janeiro de 1988, o documento apela à dignificação das procissões, das promessas e dos santuários… e à existência de vias alternativas para o trânsito, “de forma a não dar lugar a justas reclamações e à revolta contra a religião por pessoas que viajam, têm os seus planos, as suas urgências e direitos”.

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