Remodelação do Centro Apostólico do Sameiro

O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, benzeu ontem o remodelado Centro Apostólico do Sameiro, que vai abrir este mês ao público com esta designação e com outra: Albergaria do Sameiro. A abertura ao público, anunciou o cónego Eduardo de Melo Peixoto, terá lugar após a apresentação das novas instalações à comunicação social, aos empresários de hotelaria e às agências de viagens. «Só depois é que abre ao público», vincou o presidente da Confraria do Sameiro, dando como certa a entrada em funcionamento do edifício ainda durante o corrente mês. Durante a visita guiada que a Confraria promoveu ontem, e que juntou personalidades da Igreja bracarense, políticos, empresários e autoridades militares, coube ao arquitecto Fernando Jorge explicar o que se modificou nos últimos meses no Centro Apostólico do Sameiro. Agora, há menos quartos, há menos área para restaurante, mas há mais qualidade e conforto em todo o edifício, descreveu Fernando Jorge, que terminou a sua intervenção considerando que se trata de «uma obra que orgulha a Confraria». Em todo o processo de remodelação do edifício – acrescentou «o arquitecto que acompanhou o sonho do Cónego Melo», conforme ele próprio disse –, procurou-se a «modernidade, conforto, funcionalidade e polivalência ao serviço do turismo, da religião e da cultura». Ainda segundo o mentor do projecto de restauro do edifício inaugurado na década de 60 do século passado, para assinalar o encerramento do Concílio Vaticano II e para servir de “universidade para os leigos”, agora há elevadores, há uma zona para SPA com diversas modalidades (piscinas, jacuzzi, banho turco, massagens, ginásio e solário), há nove salas para reuniões (a cada uma foi dada o nome de eclesiásticos ligados ao Sameiro), há condições para poupar energia (com a aplicação das novas tecnologias, entre as quais os painéis solares), há quartos mais funcionais e até os jardins estão mais limpos. Mas, observou o arquitecto Fernando Jorge, também houve a preocupação de manter as mesmas capelas, de respeitar a traça original do edifício, de não deitar paredes abaixo… Agora, anunciou, falta construir «um grande auditório», pois sem esta estrutura «é impossível atrair o comércio e o turismo essencialmente religioso» à montanha onde se venera Nossa Senhora do Sameiro. Albergaria sem deixar de ser Centro Apostólico Na reabertura do Centro Apostólico do Sameiro, assinalada com um almoço após a bênção das novas instalações, também falou o Arcebispo de Braga. Primeiro, D. Jorge Ortiga louvou a Deus «pelas economias e trabalhos dispendidos, encarados com muita dedicação eclesial por parte da comissão administrativa» da Confraria do Sameiro. Depois, o Arcebispo Primaz disse que «urge ter a coragem de interpretar o turismo religioso na sua verdadeira identidade e situá-lo no âmbito da missão da Igreja». «Nunca esqueçam o religioso e cultural como suporte», alertou D. Jorge Ortiga, pois «sem este cuidado podemos copiar iniciativas profanas e, em certos casos concretos, “secularizar” as peregrinações, chegando a uma espécie de sincretismo religioso amorfo ou, o que seria pior, a rondar um “mercado selvagem” do sagrado». «Fazer turismo religioso – acrescentou – significa procurar o que a Igreja tem para dar. […] A capacidade de mostrar Deus está nas cerimónias e nos espaços envolventes e, também, naquilo que se propõe. Vejo este Centro Pastoral nesta perspectiva». Por isso, concluiu D. Jorge Ortiga, «o Apostólico está antes da Albergaria e esta não só não prejudicará aquele, mas dele receberá a razão de ser desta restauração». No seu discurso, que pode ser lido integralmente em www.diocesebraga.pt, o Arcebispo Primaz apelou também para «a integração» deste projecto pastoral e turístico nas outras estruturas da Igreja diocesana e nacional.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top