D. Luiz Flávio Cappio oficializou esta Quina-feira o fim da sua greve de fome, que durou 24 dias. O Bispo de Barra, no Estado da Baía, encontrava-se em protesto contra a transposição das águas do Rio São Francisco (nordeste do país), o terceiro mais caudaloso do Brasil. “É por vocês que lutaram comigo e trilharam o mesmo caminho que encerro o meu jejum”, referia uma nota do Bispo lida pelo seu assessor Adriano Martins, durante a celebração de uma Missa campal em frente à igreja de São Francisco, em Sobradinho, onde D. Cappio cumpriu a greve de fome, iniciada no dia 27 de novembro. “Depois desses 24 dias, encerro o meu jejum, mas não a minha luta”, anunciou. O bispo da cidade brasileira de Barra, Luiz Flavio Cappio, de 61 anos, terminou quinta-feira uma greve de fome de 23 dias, em protesto contra as obras de transvase do Rio São Francisco, por “recomendação médica” mas advertiu que tal não significa que abandone a luta. Na véspera, o prelado desmaiara, após conhecer a decisão do Supremo Tribunal Federal de autorizar o recomeço das obras, que incluem a construção 720 quilómetros de canais que desviarão a água do Rio São Francisco para o nordeste brasileiro, região pobre e árida. D. Cappio protesta contra o desvio, por considerar que essa decisão atenta contra o meio ambiente e vai beneficiar apenas os grandes proprietários e industriais de uma vasta região, onde vivem 12 milhões de pessoas e que inclui os Estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Em 2005, o Bispo realizou uma primeira greve de fome de 11 dias, até Lula da Silva prometer levar o projecto a discussão pública.