Lula não cede perante greve de fome de Bispo brasileiro

O presidente do Brasil, Lula da Silva, afirmou hoje que o seu governo não cederá na questão do desvio do rio São Francisco, no nordeste do país, apesar da greve de fome levada a cabo pelo Bispo Luiz Flávio Cappio, que se opõe ao projecto. “Não há motivos para ceder. A obra vai continuar e espero que o povo brasileiro compreenda que o que fizemos foi levar água para milhões de brasileiros”, referiu, após um pequeno-almoço com a imprensa. Alegando que a sua administração está a fazer a maior política de revitalização do rio São Francisco de toda a história, Lula da Silva afirmou que o projecto vai levar água a cerca de 12 milhões de pessoas. D. Cappio, Bispo de Barra (Estado da Baía), está em greve de fome desde o dia 27 de Novembro. Ontem foi internado após um desmaio e encontra-se, neste momento, num quarto, em recuperação e consciente, segundo informações da sua irmã. O prelado, de 61 anos, perdeu a consciência na Quarta-feira e foi internado por determinação do médico que o acompanha, frei Klaus Finkan. A continuidade do jejum será decidida pelo Bispo Franciscano, a quem o Vaticano já pediu que adopte outras atitudes e regresse ao seu trabalho pastoral. O projecto de transposição do governo federal prevê a construção de 720 quilómetros de canais que desviarão a água do São Francisco, o terceiro rio mais caudaloso do país para região semi-árida do Nordeste brasileiro, com frequentes secas. D. Cappio protesta contra o desvio, por considerar que essa decisão atenta contra o meio ambiente e vai beneficiar apenas os grandes proprietários e industriais de uma vasta região, onde vivem 12 milhões de pessoas e que inclui os Estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Em 2005, o Bispo realizou uma primeira greve de fome de 11 dias, até Lula da Silva prometer levar o projecto a discussão pública.

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