Joaquim Mexia Alves, Diocese de Leiria-Fátima
Às vezes apetece-me sentar no banco da vida e desistir de me incomodar com certas coisas que me vão acontecendo, ou melhor, que deviam acontecer e não acontecem.
Seria tão mais fácil deixar andar sem nada resolver e deixar que o tempo resolvesse aquilo que eu não consigo ou que aqueles amigos a quem peço ajuda também não resolvem.
E depois tento sempre dissociar a amizade que lhes tenho e, acredito, eles me têm a mim, de todos os assuntos por resolver.
Sinto-me até às vezes culpado por os incomodar com as minhas coisas, mas a verdade é que eu estou sempre disponível para ajudar, quando para tal sou solicitado.
Ah, mas eu prezo muito mais a amizade do que os assuntos por resolver, porque esses, mais tarde ou mais cedo resolvem-se ou não, mas a amizade é coisa diária, é fruto do coração, é vida permanente que não se apaga, nem deixa extinguir.
E assim vou sublimando em mim a irritação muito humana, para deixar que o amor, (muito mais humano porque impregnado do divino), tome conta de mim e me vá fazendo rezar pelos meus amigos todos, para que encontrem, no mínimo, o mesmo amor de Deus que eu encontrei.
E resulta! Oh se resulta!
Parece então que O ouço dizer-me ao ouvido ou será ao coração:
Mas Eu alguma vez te faltei? Não sabes que te amo com amor eterno? A Mim nunca precisas de perguntar três vezes se Eu te amo, porque a resposta está sempre bem dentro de ti, na certeza que tens do Meu amor.
Levanto-me então do tal banco da vida, (quase como um banco de cobrador de impostos), deixo os assuntos nas mãos d’Ele, e sigo-O cheio de confiança, revestido de esperança, todo envolto em amor.
E Ele toma-me pela mão, diz-me que já se faz tarde, já anoitece, e então eu peço-Lhe humildemente que fique connosco, que fique comigo, e que eu sempre O reconheça ao “partir do pão” de cada dia.