Bento XVI pede competência e honestidade a quem colabora nos processos de canonização

Bento XVI falou hoje da necessidade de “competência profissional e capacidade de discernimento” de todos os que apresentam ao Vaticano processos de beatificação e canonização. O Papa insistiu na necessidade de os postuladores agirem de um “modo irrepreensível”, com “rectidão” e “absoluta probidade” em todo o processo das causas. “A santidade gera alegria e esperança” e “normalmente os santos geram outros santos”: recordou Bento XVI ao receber, nesta Segunda-feira, no Vaticano, o colégio dos postuladores da Congregação para as Causas dos Santos, acompanhados pelo respectivo prefeito, o Cardeal português D. José Saraiva Martins. Este encontro tem lugar, como o Papa fez questão de anotar, em vésperas do vigésimo quinto aniversário da promulgação da Constituição apostólica “Divinus perfectionis Magister”, com que João Paulo II, em Janeiro de 1983, quis proceder a uma revisão dos procedimentos das Causas dos Santos, com uma reorganização interna da respectiva Congregação, para assegurar “uma maior agilidade no modo de proceder, embora conservando sempre a solidez das investigações neste campo tão importante para a vida da Igreja”. “Através das canonizações e beatificações, a Igreja dá graças a Deus pelo dom dos seus filhos que souberam responder generosamente à graça divina, honra-os e invoca-os como intercessores. Por outro lado, apresenta estes brilhantes exemplos à imitação de todos os fiéis, chamados pelo baptismo à santidade que é meta proposta a cada estado de vida”, disse o actual Papa. Referindo o crescente “interesse religioso e cultural” que nas últimas décadas se vem verificando em relação aos “campeões da santidade cristã”, Bento XVI assegurou que se forem “apresentados no seu dinamismo espiritual e na sua realidade histórica, os santos contribuem para tornar mais credível e atraente a palavra do Evangelho e a missão da Igreja”. Serviço à verdade Sobre o trabalho desenvolvido na organização e preparação das causas de beatificação e canonização, o Papa sublinhou que todos os que estão envolvidos nessa actividade, devem “colocar-se exclusivamente ao serviço da verdade”. “No decurso do Inquérito diocesano, há que recolher não só as provas testemunhais e documentais favoráveis, mas também as que são contrárias à santidade e à fama de santidade ou de martírio dos Servos de Deus”, advertiu Bento XVI. Nesta primeira fase, aliás fundamental, do processo, que decorre sob a responsabilidade dos bispos diocesanos, “a objectividade e totalidade das provas recolhidas” devem ser “obviamente seguidas pela objectividade e integridade” dos textos elaborados sobre cada um dos Servos de Deus. É, portanto, “basilar a tarefa dos postuladores”: “É uma tarefa que deve revelar-se acima de toda a suspeita, inspirada pela rectidão e marcada por uma absoluta probidade. Aos postuladores pede-se-lhes competência profissional, capacidade de discernimento e honestidade para ajudar os bispos diocesanos a realizar inquéritos completos, objectivos e válidos, tanto do ponto de vista formal como substancial”, apontou o Papa. O objectivo final é chegar a “uma certeza moral”, baseada nos “meios de prova realisticamente disponíveis”. (Com Rádio Vaticano)

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