O Papa deixou este Sábado uma mensagem particular à sociedade japonesa, lembrando que “o lucro e o sucesso profissional” não são tudo na vida. Bento XVI quis desencorajar a prática do suicídio, com elevada incidência no país asiático devido a questões culturais. Recebendo no Vaticano a Conferência Episcopal Japonesa, Bento XVI observou que “mesmo em países desenvolvidos como o vosso, muitos não entendem que o sucesso económico e as tecnologias avançadas não são suficientes para trazer plenitude ao coração humano”. “Lembrai ao povo que existe mais na vida do que sucesso profissional e lucro”, acrescentou. Bento XVI advertiu ainda os jovens correm o risco de serem ofuscados pelo brilho da cultura secular, que se “traduz em falsa esperança e, tragicamente, a desilusão que frequentemente conduz à depressão, ao desespero e ao suicídio”. No Japão, os católicos representam uma minoria de 0,35% entre a população de 130 milhões de pessoas. O Papa lembrou que proclamar corajosamente Cristo é para a Igreja “uma prioridade permanente”, pelo que os Bispos devem procurar “novos caminhos para transmitirem de modo vivo a mensagem de Cristo na forma cultural do Japão moderno”. “A fé é um tesouro que precisa de ser partilhado com toda a sociedade japonesa”, indicou. Para Bento XVI, “o mundo tem fome da mensagem de esperança que o Evangelho contém”, recordando passagens da sua última encíclica: “As esperanças, maiores ou menores, suscitadas à primeira vista acabam por se revelar como uma falsa esperança”. Comentando o facto de mais de metade da população católica, no Japão, ser constituída por imigrantes, Bento XVI referiu a oportunidade que tal circunstância oferece “para enriquecer a vida da Igreja no país e fazer a experiência da verdadeira catolicidade do povo de Deus”. “O Japão moderno optou abertamente por se empenhar com o mundo todo, e a Igreja Católica, com a sua dimensão universal, pode fornecer um precioso contributo a este processo de ainda maior abertura à comunidade internacional”, apontou. (Com Rádio Vaticano)