«Celebração da Eucaristia requer verdade, fé, arte e beleza», sublinha D. José Traquina, bispo de Santarém
Tomar, 09 jun 2023 (Ecclesia) – O bispo de Santarém presidiu esta quinta-feira à solenidade do Corpo de Deus, em Tomar, numa celebração que contou com a presença dos símbolos da JMJ, em peregrinação pelo território diocesano.
“Quero agradecer aos jovens a animação que têm manifestado, também com o apoio dos adultos, no acompanhamento dos símbolos da JMJ. Especialmente à Equipa da COD da Diocese de Santarém. Ao bispo D. Américo Aguiar e ao Padre Filipe Diniz, a gratidão pelo testemunho na dedicação por tão enorme tarefa de acompanhamento e coordenação”, referiu D. José Traquina, na homilia da celebração, enviada à Agência ECCLESIA.
O responsável citou o jovem Beato Carlo Acutis, que faleceu em 2006 com 15 anos de idade, que deixou “o testemunho de uma profunda devoção eucarística”.
“Acreditava que na Eucaristia ‘Jesus estava realmente presente no mundo, como quando no tempo dos Apóstolos…’. Ficou célebre uma frase sua: ‘A Eucaristia é a minha autoestrada para o Céu’”, assinalou.
O bispo de Santarém deixou uma palavra aos sacerdotes, evocando os recentes casos de abusos sexuais que foram divulgados, após um estudo promovido pela Conferência Episcopal Portuguesa.
“Quero aproveitar para agradecer aos cristãos da Diocese a sua fidelidade e a confiança que depositaram nos sacerdotes que estão ao seu serviço, falando com eles e rezando por eles”, indicou.
Os cristãos leigos necessitam da missão dos padres, mas os padres também necessitam do apoio dos leigos para os apoiarem e ajudarem a serem bons padres. Sejamos corresponsáveis uns pelos outros no cuidado da vida espiritual e na qualidade do relacionamento humano com pessoas de todas as idades”.
D. José Traquina declarou que a celebração da Eucaristia “requer verdade, fé, arte e beleza”.
“Faço um pedido aos que colaboram na liturgia das celebrações da Eucaristia, aos mais intervenientes: sacerdotes, diáconos, leitores, salmistas, cantores, ministros extraordinários da sagrada comunhão, sacristães, acólitos; estamos ao serviço de uma ação litúrgica que requer o empenho de todos para corresponder à elevação espiritual que a celebração da Eucaristia exige”, disse.
O bispo de Santarém alertou para o risco de “resvalar para uma celebração espetáculo onde a falta de serenidade e de qualidade prejudica a participação da assembleia, na escuta e encontro com Deus”.
A solenidade do Corpo e Sangue de Cristo celebra-se no 60.º dia após a Páscoa, uma quinta-feira, ligando-se assim à Última Ceia; nos países onde não é feriado civil, a celebração assinala-se no próximo domingo.
Esta festa terá chegado a Portugal nos finais do século XIII e tomou a denominação de Corpo de Deus.
O Papa Urbano IV, em 1264, tornou-a obrigatória para a Igreja universal e o Papa João XXII, em 1318, determinou que a celebração fosse celebrada com procissão solene pelas ruas, como profissão pública de fé na presença real de Cristo na Eucaristia.
OC