«Ser bispo é uma atividade exigente, mas sempre me senti feliz»
Évora, 31 mai 2023 (Ecclesia) – D. José Alves, arcebispo emérito de Évora, celebrou hoje os seus 25 anos de ordenação episcopal, evocando também a sua passagem pelas dioceses de Lisboa e Portalegre-Castelo Branco.
“Cada uma destas dioceses, com as suas caraterísticas próprias, exigiram muito de mim, e ao mesmo tempo também me enriqueceram muito”, disse à Agência ECCLESIA, esta tarde, na arquidiocese alentejana.
Natural da Diocese de Guarda, D. José Francisco Sanches Alves nasceu a 20 de abril de 1941, na freguesia de Lageosa (Sabugal); estudou Filosofia e Teologia nos seminários da Diocese da Guarda.
Em 1966, a 3 de julho, foi ordenado sacerdote na Catedral de Évora; na Arquidiocese de Évora foi vigário-geral, coordenador diocesano da Pastoral e presidente do Cabido da Catedral.
A 7 de março de 1998 foi nomeado bispo auxiliar de Lisboa, por São João Paulo II, e a sua ordenação episcopal celebrou-se em Évora, a 31 de maio de 1998.
O responsável evoca os primeiros anos de bispo, como colaborador do então cardeal-patriarca, D. José Policarpo, como “uma verdadeira família” com os outros auxiliares, “onde muito havia que fazer”.
A 22 de abril de 2004 foi nomeado, também pelo Papa João Paulo II, como bispo da Diocese de Portalegre-Castelo Branco, um território diferente, no Interior do país.
“Dediquei-me de alma e coração a toda àquela zona, uma diocese muito particular”, extensa, geograficamente, com regiões da Beira Baixa, do Alentejo e do Distrito de Santarém.
D. José Alves foi nomeado arcebispo de Évora a 8 de janeiro de 2008, pelo Papa Bento XVI, e tomou posse da arquidiocese no dia 17 de fevereiro desse mesmo ano, tendo permanecido à frente deste território durante uma década.
“Aqui sentia-me mais em casa, em família”, recordou, falando da sua formação e trabalho como sacerdote, no território eborense.
Procurei trabalhar bastante, porque ser bispo também é uma atividade exigente, mas sempre me senti feliz e isso é o que mais contou para mim”.
A celebração dos 25 anos de episcopado começou com uma sessão solene, no auditório da Fundação Eugénio de Almeida.
D. Francisco Senra Coelho, atual arcebispo de Évora, elogia o seu predecessor, de que foi aluno, falando de alguém a que está “intimamente ligado”, no seu percurso de serviço à Igreja.
“É um homem muito próximo, humano, que entende as pessoas, padres e leigos, por dentro, capaz de ouvir”, indica à Agência ECCLESIA.
O responsável destaca o impacto das visitas pastorais promovidas por D. José Alves, numa arquidiocese com “dimensão enorme”, percorrendo muitos quilómetros para ir ao encontro das pessoas.
O arcebispo de Évora recorda ainda a “valorização da vida contemplativa”, promovida pelo seu antecessor, e a promoção do diaconado permanente.
“Ele decidiu ficar connosco e é uma alegria, tem-me ajudado muitas vezes. Completa-me, é um homem de discernimento”, refere D. Francisco Senra Coelho.
O cónego Eduardo Pereira da Silva, vigário-geral da arquidiocese, destaca o lançamento do livro ‘Que não faltem os semeadores”, com uma entrevista a D. José Alves.
“Foi uma surpresa. O livro procura ser uma recolha de textos que, ao longo destes 25 anos, D. José Alves escreveu, procurando chegar aos vários aspetos que marcam a vida de um bispo”, precisa.
O sacerdote, que acompanhou o arcebispo, como vigário-geral, sublinha a “simplicidade” de D. José Alves, que apresenta como “um homem pragmático” e capaz de “descomplicar”.
Na Sé de Évora, após a sessão, foi celebrada uma Eucaristia de ação de graças, presidida pelo arcebispo emérito.
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