Bispo eleito afirma-se «consciente» das «dificuldades desta hora» e convida todos para a construção da «Casa Comum da humanidade»
Braga, 19 mai 2023 (Ecclesia) – D. Nuno Almeida escreveu hoje à diocese de Bragança-Miranda, “marcada pela maturidade da fé e pela missão” e afirma que todos estão convocados para uma “Igreja mais feliz, mais comunitária, sinodal e missionária”.
“Estamos já convocados, através do caminho sinodal que estamos a percorrer, para um renovado empenho por comunidades mais fraternas e unidas, mais corresponsáveis e orgânicas, mais abertas e missionárias e a buscarmos sempre juntos (sinodalmente) caminhos pastorais mais fecundos e semeadores de esperança. Somos assim desafiados a contribuir para resolver os enormes problemas que as pessoas e as famílias têm de enfrentar na atualidade, ajudando-as a encontrar um projeto de vida feliz”, escreveu o novo bispo de Bragança-Miranda, numa saudação à diocese.
O Papa Francisco nomeou hoje D. Nuno Almeida, bispo auxiliar de Braga, como bispo da diocese de Bragança-Miranda, que se encontrava em sede vacante desde fevereiro de 2022, com a nomeação de D. José Cordeiro como arcebispo de Braga.
“Dirijo uma especial saudação de gratidão aos Senhores D. José Cordeiro pela herança desafiadora que nos lega e a D. António Montes, pastor incansável. A ambos, há muito me ligam laços de sincera e fraterna amizade de que dou graças a Deus”, reconhece, num texto publicado no sítio da diocese de Braga.
D. Nuno Almeida foi nomeado bispo auxiliar de Braga em 2015, arquidiocese a quem agradece a “hospitalidade e inesquecível colaboração”, em sete anos de missão, iniciados em 2016, aquando da sua ordenação episcopal: “Ao Senhor Arcebispo Emérito, D. Jorge Ortiga; ao Senhor Arcebispo Primaz, D. José Cordeiro e aos irmãos no ministério, D. Francisco Senra e, agora, D. Delfim Gomes; aos caros sacerdotes, aos religiosos e religiosas e a todos os cristãos: Bem hajam! Agradeço a todas as paróquias que me receberam em visita pastoral e aos Movimentos Eclesiais, Obras e Associações de Fiéis com quem trabalhei. Permitam-me, ainda, uma palavra de profundo reconhecimento para com a minha igreja-mãe, a Diocese de Viseu”, lembrou.
Num video publicado no sítio da internet da diocese de Braga, D. Nuno Almeida indica que esta hora não será de adeus, pois, o caminho conjunto, “lado a lado, a partir da fé, da oração, pricurando pôr em prática a alegria do Evangelho”, será continuado.
“Foram sete anos intensos, de muitos encontros, sobretudo nas visitas pastorais e em outros mais secretos, mas nenhum foi em vão, nenhum foi inútil”, destaca no vídeo.
O novo bispo da diocese de Trás-os-Montes assume um “sim” a um “chamamento” realizado com “confiança e com temor”, uma vez que, afirma, está “bem consciente” de limitações e “dificuldades da hora presente” mas afirma a sua disponibilidade para contribuir para que a Igreja em Bragança-Miranda seja mais “mais feliz, mais comunitária, sinodal e missionária”.
“Na sua programática exortação apostólica «A Alegria do Evangelho», o Papa Francisco vem recordar-nos que a missão da Igreja não é outra senão a de propor a toda a humanidade a alegria do Evangelho, pois «aqueles que se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo renasce sem cessar a alegria». É desta vida sempre fecunda que o Bispo deve ser a primeira testemunha. É desta vida nova – o Evangelho – que quero dar testemunho, enquanto Deus me der forças e saúde. Sempre e em toda a parte”, indica.
O novo responsável dirige uma sudação as “famílias e as comunidades” que “louvam o Senhor e procuram viver o Evangelho”, a que recorda o seu lema episcopal «Estou entre vós como quem serve».
D. Nuno Almeida quis lembrar as pessoas “que mais sofrem e os que vivem momentos mais difíceis”, endereçando uma palavra de “alegria e de esperança”, assim como a sua “disponibilidade em servir as crianças, os jovens, os adultos, os pais e mães de família e os mais velhos em idade e no caminho percorrido”.
O novo responsável enaltece ainda o exemplo de “dedicação e amor” à diocese por parte do Administrador Diocesano, o monsenhor Adelino Fernando Paes, assim como os “sacerdotes e diáconos”, os “membros das famílias religiosas” que “dão testemunho de uma total consagração a Jesus Cristo”.
“Que o testemunho da vossa consagração a Deus, da vossa vida fraterna, do vosso serviço pastoral e da vossa atenção aos mais pobres e vulneráveis seja sal e luz para a comunidade eclesial e para a nossa sociedade”, sublinha.
D. Nuno Almeida dirige-se também aos leigos e leigas com “gratidão e estima”, pelo serviço que colocam nas tarefas dos “serviços diocesanos, nas paróquias e movimentos eclesiais”, “na catequese, na liturgia e na caridade”: “Individualmente ou associados em Movimentos Eclesiais e Novas Comunidades, que os vossos braços nunca se cansem e o vosso coração continue a abrir-se generosamente à construção de uma Igreja viva animada pelo Espírito do Senhor Ressuscitado”.
Sem esquecer os jovens, o novo bispo de Bragança-Miranda afirma a sua vontade de “preparar e participar com entusiasmo na Jornada Mundial da Juventude de Lisboa”.
“Não vos deixeis resignar e não vos canseis de sonhar o sonho de Deus para a nossa Diocese e para o nosso mundo. Deixo também uma palavra de especial estímulo a todos os seminaristas e às jovens e aos jovens que se interrogam sobre uma possível consagração a Deus para o serviço dos outros na vida sacerdotal, religiosa e missionária”, sublinha.
D. Nuno Almeida afirma ainda a sua vontade de “desenvolver parcerias” com as autoridades civis, académicas e forças de segurança e proteção, “em particular aqueles que foram eleitos para servir o bem comum”, em ordem a “fazer face aos ingentes desafios do nosso tempo e abrir novos caminhos para a plena realização das pessoas e da sociedade”.
A nota deixa uma palavra aos “membros das diferentes Igrejas Cristãs e os crentes de outras religiões”, assinalando o “acolhimento, o respeito e o diálogo” com que deseja ajudar a construir a justiça, a paz e a solidariedade “entre povos e culturas e da Casa Comum da humanidade”.
“Procurarei fazer-me próximo de todos os que trabalham e estudam pelas terras transmontanas, ou que tiveram de partir para outras cidades e países”, indica.
D. Nuno Almeida reconhece-se “frágil e pecador”, mas assegura que “em cada dia”, vai procurar “afinar” o seu “pensar, sentir e agir pelo Evangelho”.
“Tendo como alicerce da vida pessoal, familiar e comunitária as palavras do Evangelho, podemos contemplar e amar a Deus Trindade de Amor, adorar e celebrar Jesus Eucaristia e, ao mesmo tempo, caminhar lado a lado com todos como irmãos. Sabemos bem que é a Palavra de Deus que nos dá a consciência de sermos filhos amados de Deus e, por isso, irmãos de todos”, finaliza.
LS