Jubileu 2025: Vaticano espera milhões de peregrinos, com propostas religiosas e culturais

Dezenas de celebrações jubilares, na Praça de São Pedro, e «rotas» por igrejas de Roma vão dar vida ao 27.º Jubileu ordinário da história

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 09 mai 2023 (Ecclesia) – O Vaticano espera que milhões de pessoas participem, a partir de dezembro de 2024, nas celebrações do Ano Santo 2025, o Jubileu convocado pelo Papa Francisco.

“São eventos que, pela sua natureza, atraem uma grande multidão de pessoas a Roma. Penso de modo particular no Jubileu dos jovens, dos movimentos, das confrarias, dos catequistas, do mundo do trabalho, das escolas”, indicou D. Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização (Santa Sé).

Os objetivos e projetos ligados à celebração foram apresentados hoje, em conferência de imprensa.

O arcebispo italiano adiantou aos jornalistas que o Vaticano pediu uma projeção de participantes no Jubileu 2025, na qual se admite que esse número possa chegar a 32 milhões de pessoas.

Os participantes nas celebrações e percursos jubilares vão poder adquirir um “cartão do peregrino”, com um valor simbólico, que lhes dará acesso a descontos especiais.

D. Rino Fisichella destacou a colaboração com as autoridades de Roma e do Governo italiano, mostrando a convicção de que os maiores trabalhos vão estar concluídos até 8 de dezembro de 2024, podendo assim receber o afluxo de peregrinos numa cidade já muito pressionado pela presença de milhões de turistas.

“Roma sempre foi uma atração cultural e o nosso objetivo é que o peregrino também se torne um turista, assim como o turista pode ser fascinado pela experiência do peregrino”, apontou o colaborador do Papa.

A nível do Vaticano, nos últimos meses foram constituídas quatro Comissões e um Comité Técnico, que apoiaram o Dicastério para a Evangelização na elaboração do programa geral: comissão pastoral, comissão cultural, comissão de comunicação e comissão ecuménica.

O programa cultural, de “acesso gratuito”, vai começar a 1 de setembro, com uma exposição de obras do artista renascentista ‘El Greco’, que nunca saíram de Espanha

A Santa Sé quer ainda levar obras de arte a hospitais ou prisões, como “mensagem de esperança”.

O Jubileu, com o lema ‘Peregrinos da Esperança’, coincide com os 1700 anos do Concílio de Niceia, que abordou a data da celebração da Páscoa, e terá uma dimensão ecuménica numa das rotas de peregrinação propostas, o ‘Iter Europaeum’, 28 Igrejas que se referem a 27 países europeus e à União Europeia, com alguns templos de outras comunidades cristãs.

Os peregrinos podem ainda fazer a tradicional peregrinação das “sete igrejas”, de São Filipe Neri ou a peregrinação às igrejas dedicadas às doutoras da Igreja e padroeiras da Europa.

O Vaticano apresentou ainda, pela primeira vez, o hino oficial do Jubileu, após um concurso internacional em que participaram 270 pessoas de 38 países diferentes, incluindo quatro portugueses.

O texto de Pierangelo Sequeri, teólogo e musicólogo, foi musicado pelo maestro italiano Francesco Meneghello.

A partir de setembro, vai estar disponível no site oficial e na APP do Jubileu a opção de inscrição nos eventos e na peregrinação à Porta Santa, na Basílica de São Pedro.

O Ano Santo de 2025 será o 27.º Jubileu ordinário da história da Igreja.

Foi o Papa Bonifácio VIII quem, em 1300, instituiu o primeiro Ano Santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, cinquentenária e finalmente fixada de 25 em 25 anos.

O último jubileu foi o Ano Santo extraordinário dedicado à Misericórdia, convocado com a Bula ‘Misericordiae Vultus’ do Papa Francisco, cuja coordenação foi também confiada a D. Rino Fisichella.

Esse jubileu decorreu de 29 de novembro de 2015, com a abertura antecipada da Porta Santa em Bangui, na República Centro-Africana – no Vaticano, aconteceu a 8 de dezembro, em São Pedro – a 20 de novembro de 2016.

OC 

Ao longo da história da Igreja, foram vários os anos jubilares, cuja lista se apresenta em seguida, com referência aos Papas que o convocaram e presidiram

1300: Bonifácio VIII

1350: Clemente VI

1390: Proclamado por Urbano VI, presidido por Bonifácio IX

1400: Bonifácio IX

1423: Martinho V

1450: Nicolau V

1475: Proclamado por Paulo II, presidido por Sisto IV

1500: Alexandre VI

1525: Clemente VII

1550: Proclamado por Paulo III, presidido por Júlio III

1575: Gregório XIII

1600: Clemente VIII

1625: Urbano VIII

1650: Inocêncio X

1675: Clemente X

1700: Aberto por Inocêncio XII, encerrado por Clemente XI

1725: Bento XIII

1750: Bento XIV

1775: Proclamado por Clemente XIV, presidido por Pio VI

1825: Leão XII

1875: Pio IX

1900: Leão XIII

1925: Pio XI

1933: Pio XI

1950: Pio XII

1975: Paulo VI

1983: João Paulo II

2000: João Paulo II

2015: Francisco

2025: Francisco

 

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